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Economia

Governo central tem déficit primário de R$ 35,933 bi em julho, mostra Tesouro

O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho para o mês desde 2020 – o que faz do resultado do mês passado o segundo maior déficit primário de julho da série histórica, iniciada em 1997, em termos reais.

Redação Jornal de Brasília

30/08/2023 15h22

Foto: Agência Brasil

As contas do Governo Central registraram déficit primário em julho, quando a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 35,933 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 45,223 bilhões em junho.

O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho para o mês desde 2020 – o que faz do resultado do mês passado o segundo maior déficit primário de julho da série histórica, iniciada em 1997, em termos reais. Em 2020, em pleno auge da pandemia de covid-19, o recorde negativo foi de R$ 109,646 bilhões no mês.

O déficit do mês passado foi maior que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um saldo negativo de R$ 31,900 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 22 instituições financeiras. O dado de julho ficou dentro do intervalo das estimativas, que variavam entre déficit de R$ 45,000 bilhões a superávit de R$ 1,680 bilhão.

Nos sete primeiros meses do ano, o resultado primário registrou déficit de R$ 78,246 bilhões, o pior resultado desde 2021 em termos reais, quando chegou a R$ 82,958 bilhões.

Em julho, as receitas tiveram queda real de 6,9% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 5,3%. Já as despesas cresceram 31,3% em julho, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 8,7%

Em 12 meses até julho, o Governo Central apresenta um déficit primário de R$ 97 bilhões, equivalente a 0,95% do PIB.

A meta fiscal para este ano admite um déficit de até R$ 238,2 bilhões nas contas do governo. No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em julho, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 145,4 bilhões nas contas deste ano, equivalentes a 1,4% do PIB. O Ministério da Fazenda, reitera que o governo ainda mira um déficit de 1,0% do PIB em 2023.

Tesouro (Inclui BC) tem superávit primário de R$ 7,149 bilhões em julho

As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 7,149 bilhões em julho, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 129,820 bilhões.

Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 43,082 bilhões no mês passado. Nos primeiros sete meses, o resultado foi negativo em R$ 208,067 bilhões. As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 33 milhões em julho e de R$ 161 milhões no acumulado de 2023 até o mês passado.

Despesas sujeitas a teto de gastos sobem a 12,5 % até julho (limite em 2023 é de 18,5%)

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram a 12,5% no acumulado do ano até julho na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%

As despesas do Poder Executivo variaram 12,7% no período (a margem nesse caso é de 18,5%).

A regra do teto será substituída pelo novo arcabouço fiscal, que espera sanção presidencial após ter sido aprovado no Congresso Nacional. Pela nova regra, as despesas serão limitadas a 70% do crescimento real das receitas em 12 meses até junho do ano anterior, com piso de 0,6% e teto de 2,5%.

Estadão conteúdo

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