A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) aprovou vários projetos no valor de US$ 21 milhões para ajudar os pequenos agricultores a reduzir o efeito adverso do encarecimento dos insumos, diagnosis informou, em comunicado.
A partir deste mês e com uma duração estimada de um ano, os projetos fornecerão aos agricultores insumos agrícolas, financiados pelo Programa de Cooperação Técnica da FAO.
Segundo a nota, já há seis países que se beneficiam dessas medidas por um valor total de quase US$ 2,8 milhões (Burkina Fasso, Costa do Marfim, Haiti, Mauritânia, Moçambique e Senegal), aos quais agora se somam outros 48.
“O objetivo imediato destes projetos é garantir o êxito das próximas temporadas de sementeira e, a longo prazo, demonstrar que, ao aumentar o fornecimento de insumos agrícolas-chave, como sementes e adubos, os pequenos agricultores serão capazes de elevar rapidamente sua produção alimentícia”, assegura a FAO.
O órgão da ONU acrescenta que “uma maior produção alimentícia ajudará a proteger os pequenos agricultores da alta de preços nos mercados aos quais habitualmente têm que recorrer para comprar parte dos alimentos”.
A FAO não descarta que, inclusive, “com um pouco de sorte”, um excesso de produção permitirá a comercialização dos alimentos.
A provisão de sementes, adubos e outros insumos agrícolas aos pequenos agricultores tem a intenção também de incentivar doadores, instituições financeiras e Governos nacionais a apoiarem esta política de ajuda.
Segundo a organização, os países mais afetados, principalmente da África, precisarão de pelo menos US$ 1,7 bilhão para começar a reativar os sistemas agrícolas abandonados durante décadas.
O aumento sem precedentes dos preços dos alimentos, que subiram 52% entre 2007 e 2008, teve graves conseqüências econômicas, sociais e políticas nos países pobres.
O encarecimento ocorreu, entre outras causas, pelos elevados preços dos insumos agrícolas, lembra a FAO, que destaca que entre janeiro de 2007 e abril de 2008, as tarifas dos adubos, em particular, aumentaram a um ritmo muito maior que os dos alimentos.
Os países que se beneficiarão da iniciativa da FAO são: Afeganistão, Angola, Armênia, Bangladesh, Barbados, Belize, Benin, Butão, Burundi, Camboja, Camarões, Comores, Coréia do Norte, Chade, Djibuti, Dominica, Eritréia, e Granada.
A eles se unem Guiné, Guiné-Bissau, Guiana, Honduras, Jamaica, Quênia, Quirguistão, Lesoto, Madagascar, Mali, Mongólia, Nigéria, Nepal, Nicarágua, Paquistão, Filipinas, República Centro -Africana, Ruanda, e São Cristóvão e Névis.
Também serão beneficiados pela iniciativa São Vicente e Granadinas, Serra Leoa, Sri Lanka, Sudão, Suriname, Suazilândia, Timor-Leste, Togo, Iêmen e Zâmbia.