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Economia

Estados produtores de petróleo tiveram maiores perdas na década

O estado do Rio de Janeiro, por exemplo, perdeu a segunda posição no ranking de maiores parques industriais para Minas Gerais

Geovanna Bispo

17/05/2021 0h01

Atualizada 13/05/2021 13h49

Parte considerável dos estados que mais perderam participação no PIB da indústria têm indústrias intensivas na produção de petróleo. É o que indica o levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que mostra o Espírito Santo, Sergipe, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte como os maiores afetados. 

O estado do Rio de Janeiro, por exemplo, perdeu a segunda posição no ranking de maiores parques industriais para Minas Gerais em razão do desempenho da indústria extrativa e de transformação. Dessa forma, a participação do estado no PIB caiu de 14,5% para 10%.

O Rio de Janeiro ainda perdeu importância para a produção brasileira de 16 dos 24 setores da indústria de transformação, sendo as maiores perdas no setor de impressão e reprodução, farmoquímicos e farmacêuticos e manutenção e reparação.

Migração

No decorrer de uma década, a região sudeste brasileira tem perdido indústrias. A CNI mostra que houve uma desconcentração da indústria, causando uma redução da participação da região no PIB industrial. Nesse movimento, São Paulo teve a maior queda, perdendo 5,5% de participação na produção manufatureira e o Rio de Janeiro, com o segundo pior desempenho, 1%.

De acordo com o economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, São Paulo continua sendo o principal pólo industrial do País, mas a indústria brasileira tem migrado do Sudeste, que perdeu 7,5% na indústria de transformação, principalmente para as regiões Sul e Nordeste, que aumentaram 3,2% e 2,9%, respectivamente. São Paulo ainda responde a 38,15% do valor adicionado da Indústria de transformação, sendo o segundo colocado, Minas Gerais, com 10,09%.

  “Essa diversificação regional é um movimento positivo, porque observamos o desenvolvimento econômico de outros estados. A indústria usualmente paga os melhores salários e fermenta indústrias menores dentro da mesma cadeia produtiva e alavanca os outros setores, como o de serviços”, avalia o presidente da CNI Robson Braga de Andrade 

O estado do Pará foi o que mais ganhou espaço industrial, em razão do crescimento de sua indústria extrativa, sobretudo da extrativa mineral, aumentando 1,5%. Junto ao Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, formam o grupo dos cinco estados de melhor desempenho. Além deles, a Bahia tem se destacado como o estado que mais ganhou importância na produção de transformação, também aumentando 1,5%.

Mesmo com o movimento de descentralização da indústria – Extrativa, Transformação, Construção e Serviços Industriais de Utilidade Pública – cerca de 80% da indústria brasileira ainda estão concentradas no Sul e Sudeste do Brasil.

“O que o Brasil precisa é fortalecer o setor industrial, para que ele seja cada vez mais dinâmico e competitivo, ajudando a superar a mais grave crise sanitária, econômica e social que já vivenciamos. Não existe país forte sem indústria forte”, diz Andrade.

Produção nacional

São Paulo ainda perdeu, nesse período, na produção nacional de 20 dos 24 setores que compõem a Indústria de transformação. As maiores perdas foram nos setores de celulose e papel, produtos de metal, vestuário e acessórios e máquinas e materiais elétricos.

A perda de SP na produção de celulose e papel se deu, sobretudo, ao crescimento de Mato Grosso do Sul, que saiu do 14° lugar do ranking, com 0,23% da produção, para a 3ª posição, com 11%.

Já no setor de vestuário e acessórios, São Paulo foi ultrapassado por Santa Catarina, que se tornou o maior produtor, 27% da produção, contra os 22,5% de SP.

Mesmo com tantas perdas, São Paulo continua sendo o principal produtor de veículos automotores, com 52%. Paraná subiu do 3º para o 2º lugar (com 13,8% da produção nacional), ultrapassando o estado de Minas Gerais (com 9,7%). 

Além das baixas, São Paulo ainda ganhou importância na indústria extrativa, passando de 1% para 7,7% de participação nesse segmento.

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