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Economia

Em dia volátil, taxas curta e intermediária de juros caem; longas ficam estáveis

No exterior, o clima de apetite ao risco também ajudava na correção, mas no fim da manhã a trajetória ficou mais confusa

Redação Jornal de Brasília

17/05/2022 18h07

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os juros futuros fecharam a terça-feira em queda nos contratos de curto e médio prazos e estáveis na ponta longa. O desenho final não refletiu o que foi a sessão, com volatilidade e várias trocas de sinais, e o mercado em busca de um vetor mais forte para operar, apesar da queda do dólar abaixo da marca de R$ 5 e da retomada do apetite pelo risco no exterior.

De forma geral, a curva resistiu em acompanhar a recuperação nos demais ativos na esteira da redução no risco de recessão global. Percepção de melhora no cenário de covid na China, indicadores positivos da atividade nos Estados Unidos e o PIB da zona do euro levemente acima do esperado deixaram os players menos pessimistas sobre a atividade mundial, mas, ao mesmo tempo há percepção de que o desafio dos bancos centrais no combate à inflação pode ser maior. Nesse contexto, as commodities agrícolas e metálicas avançaram, mas o petróleo inverteu a alta e fechou em baixa. Os juros dos Treasuries avançaram.

Em dia de volume mais fraco, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a etapa regular em 13,36%, de 13,395% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,071% para 13,00%. A do DI para janeiro de 2025 encerrou a 12,41%, de 12,465%, e do DI para janeiro de 2027 ficou estável em 12,19%.

Depois das declarações do diretor de Política Monetária, Bruno Serra, na segunda-feira, terem engordado os prêmios, havia espaço para um ajuste de baixa nos DIs e isso até ocorreu no começo da sessão com a ajuda do IGP-10, que desacelerou fortemente em maio, a 0,10%, de 2,48% em abril. O resultado ficou bem abaixo da mediana das estimativas, de 0,22%. No exterior, o clima de apetite ao risco também ajudava na correção, mas no fim da manhã a trajetória ficou mais confusa, comprometida ainda pelos ajustes relacionados ao leilão do NTN-B

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, explica que a menor aversão lá fora, em tese, resultaria num movimento mais firme de devolução de prêmios da curva, até porque o dólar caiu mais de 2%, mas ao mesmo tempo os eventos do dia indicam que o desafio dos bancos centrais pode ser maior no tocante ao combate à inflação. “O alívio das restrições na China sugere desaceleração menor, o que somado aos indicadores norte-americanos, reduzem o risco de recessão, mas também a inflação pode surpreender”, disse.

À tarde, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou que o Fed vai continuar apertando sua política monetária até ver sinais claros de arrefecimento dos preços, e avaliou que a economia norte-americana tem condições de passar pelo processo sem tantos choques.

Na gestão da dívida, o Tesouro fez nesta terça leilão de NTN-B, praticamente mantendo o volume na casa de 1,1 milhão das semanas anteriores e risco menor para o mercado. Mas, da oferta de 1,150 títulos, vendeu 955.600 papéis, com a maioria das taxas dentro do consenso, segundo a Necton Investimentos.

Estadão Conteúdo

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