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Economia

Bolsas de NY fecham em alta robusta, apoiadas por dados e de olho em Powell

Em relatório, a Capital Economics avalia que há dois cenários possíveis para o mercado acionário americano este ano

Redação Jornal de Brasília

17/05/2022 17h52

O mercado acionário em Nova York fechou em alta, movimento que foi sustentado durante todo o dia. Indicadores fortes da economia americana deram tração aos índices em Wall Street no começo da sessão, à medida que investidores aguardavam comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. Após as falas do banqueiro central, o apetite por risco foi mantido e as bolsas terminaram o dia com ganhos de 1% a 2%.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,34%, aos 32.654,59 pontos, o S&P 500 subiu 2,02%, aos 4.088,85 pontos, e o Nasdaq avançou 2,76%, aos 11.984,52 pontos.

Embora tenha reforçado o foco do Fed em combater a inflação por meio de aumento dos juros, Powell afirmou que a economia do país está forte o suficiente para suportar o aperto monetário, e por isso é possível que os EUA voltem a ter estabilidade de preços sem enfraquecer demais o crescimento ou o mercado de trabalho, segundo ele. “Pode haver alguma dor envolvida, mas achamos que poderemos manter o mercado de trabalho forte, com baixo desemprego e crescimento salarial”, disse.

O presidente do Fed ainda destacou que os juros podem ir além da taxa neutra, caso isso seja necessário para controlar a inflação

“Os comentários de Powell hoje só serviram para reforçar o mantra atual de combate á inflação a qualquer custo – ‘custo’, neste caso, sendo desempenho econômico”, comenta o BMO Capital Markets, em relatório.

Para o banco, o banqueiro central inspirou confiança no mercado de que o Fed está ciente dos riscos impostos pelo aperto monetário.

Além de Powell, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, também fez aparição pública nesta terça, em que reforçou o senso de unidade do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em torno do plano para trazer a inflação de volta à meta.

Em relatório a clientes, a corretora Guide Investimentos pondera que a maior parte da inflação nos EUA se dá pela demanda interna e, portanto, será necessário um “ajuste negativo de crescimento e/ou uma ruptura de mercado massivos” para que o Fed altere a trajetória esperada para a política monetária este ano.

Mais cedo, dados do varejo e da indústria dos EUA serviram de combustível para a tomada de risco nos mercados. Segundo a Oxford Economics, a atividade industrial americana deve manter ímpeto positivo, após a quarta alta mensal seguida, enquanto o desempenho do varejo indica que a demanda permanece “resiliente”

Entre ações específicas, o Citi se destacou nesta terça ao disparar 7,73%, após a Berkshire Hathaway, do investidor Warren Buffett, revelar que comprou US$ 3 bilhões em ações do grupo. Já o Walmart despencou 11,35%, após um balanço trimestral que desagradou o mercado.

Em relatório, a Capital Economics avalia que há dois cenários possíveis para o mercado acionário americano este ano, sendo um positivo e outro negativo. Se de um lado os índices já caíram em níveis similares ao de crises inteiras do passado e, desta forma, têm espaço para se recuperarem, por outro a maior parte deste recuo refletiu somente a retirada de valuations exagerados em meio ao tumulto provocado pelo mercado de Treasuries.

“Nossa previsão é que o S&P 500 chegue a 3.750 pontos no meio do próximo ano, à medida que um aumento renovado nos rendimentos do Tesouro e uma atividade mais fraca o arrastam ainda mais para baixo. Mas não ficaríamos surpresos se caísse para um nível muito mais baixo se tivéssemos uma recessão leve”, projeta a casa.

Estadão Conteúdo

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