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Economia

Eletrobras espera resolver passivo com empréstimos dos anos 1970 em até dois anos

São os chamados empréstimos compulsórios, cobrados de indústrias durante os anos 1970 para financiar investimentos no setor elétrico brasileiro

Redação Jornal de Brasília

09/08/2023 19h30

Foto: Pilar Olivares/Reuters

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, afirmou nesta quarta-feira (9) que a empresa espera encaminhar, em até dois anos, negociações para zerar o principal passivo judicial da companhia, que hoje soma R$ 22,1 bilhões.

São os chamados empréstimos compulsórios, cobrados de indústrias durante os anos 1970 para financiar investimentos no setor elétrico brasileiro. Após a privatização da companhia, em 2022, a solução desse problema se tornou uma das prioridades da nova gestão.

No segundo trimestre, a empresa reverteu R$ 1,4 bilhão dessas provisões, diante do fechamento de acordos para pagamento das dívidas com descontos. O estoque da dívida caiu de R$ 24,2 bilhões para R$ 22,1 bilhões.

Mais R$ 1,7 bilhão já está em negociação, mas ainda não foi contabilizado no balanço, informou Ferreira Junior nesta quarta. A reversão de provisões para empréstimos judiciais foi o principal item do crescimento de 16% no lucro da companhia no segundo trimestre.

O presidente da Eletrobras disse que a área jurídica da empresa já iniciou um processo de revisão também de outros passivos judiciais para avaliar a possibilidade de acordos, ampliando o esforço para limpar o balanço da companhia.

A identificação de ações com possibilidade de acordos já resultou na reversão de provisões para outros processos judiciais no valor de R$ 184 milhões.

Em outra frente, a Eletrobras trabalha para reduzir a exposição cambial de suas dívidas. No segundo trimestre, a empresa fez uma operação de hedge (proteção) de títulos no exterior no valor de US$ 1,2 bilhão.

Realizou outras duas grandes captações, no valor de R$ 1,3 bilhão, para melhorar custos e prazos de seu endividamento. Novas operações desse tipo estão em análise e podem ser anunciadas nos próximos meses.

Ferreira Junior disse que espera receber ainda em agosto ofertas por uma das nove usinas térmicas que colocou à venda, em um processo para sair do segmento de geração de energia a gás e carvão.

Segundo o executivo, a empresa pretende ser a primeira do setor elétrico a zerar o balanço de emissões de gases do efeito estufa, o que projeta para 2030. O processo de venda das térmicas a combustíveis fósseis da empresa foi iniciado em julho.

Dona de 23% da capacidade de geração de energia no país, a empresa já tem uma grande capacidade de geração renovável, mas concentrada em hidrelétricas. Projetos de geração solar e eólica representam ainda uma pequena fatia de suas operações.

O presidente da Eletrobras diz que os planos de crescimento da empresa nessas fontes incluem a aquisição de outras companhias ou de projetos em desenvolvimento.

Projetos de construção de linhas de transmissão são outra prioridade para o crescimento da companhia nos próximos anos. Ferreira Junior destacou que o governo projeta para 2023 e 2024 leilões que garantir investimentos de R$ 35 bilhões.

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