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Economia

Economista avalia que livrarias precisam se reinventar

Entretanto, a pandemia não foi o único causador da queda nas vendas dos livros, segundo avalia o pesquisador

Agência UniCeub

13/05/2021 21h00

Durante a pandemia da covid-19, as livrarias foram fortemente impactadas. Para o economista Roberto Piscitelli setores que envolveram cultura foram mais prejudicados. Entretanto, a pandemia não foi o único causador da queda nas vendas dos livros, segundo avalia o pesquisador. Para ele, com a criação de plataformas de vendas on-line, a atividade das livrarias vem sendo afetada. Segundo Piscitelli, as livrarias têm que se reinventar. 

Segundo a Associação Nacional das Livrarias (ANL), o início da pandemia trouxe uma queda de vendas realmente assustadora, tendo seu ponto mais baixo entre abril e maio de 2020, com uma queda de aproximadamente 80 % no volume de vendas. No segundo semestre, começou uma recuperação que teve algumas surpresas, tanto que os números finais do ano registraram um pequeno aumento global no varejo de aproximadamente 2%. 

“As livrarias se tornaram lugares muito mais interessantes, muito mais atraentes, que as pessoas procuram ir, onde permanece em lugares confortáveis. Mas isso ocorreu mais recentemente e isso, justamente, um fenômeno mais ou menos simultâneo a esse aspecto da criação de plataformas de vendas on-line.”

Impostos

Mesmo com as dificuldades que as livrarias têm passado, surgiu a proposta de taxação sobre os livros que segundo a ANL representa um verdadeiro desserviço ao país , não só o setor do livro. Essa proposta traz como consequência  uma taxação de 12% em cima do livro que poderá se traduzir em um aumento real no preço de capa dos livros de até 20%.

Segundo o economista, se o consumo e a leitura de livros é baixa no Brasil em relação a outros países, o aumento da taxação só serviria para afastar mais as pessoas, para dificultar mais a aquisição de livros, como se isso fosse um artigo de consumo só das classes mais abastadas, o que é um diagnóstico totalmente distorcido, equivocado.

“Ao invés de se ver a estrutura toda de renúncias fiscais muito generosas no Brasil, trata-se de criar uma imposição em relação a artigos, a produtos que são essenciais para a formação cultural, para a informação, para a comunicação das pessoas”, explica.

A ANL aponta que, em 2019, existiam aproximadamente 80 livrarias na região centro-oeste, mas é provável que esse número tenha diminuído consideravelmente. A associação não possui números atualizados. Dessa forma, o especialista sugere que as livrarias devem  investir especialmente na reabertura, no funcionamento normal, no visual, na apresentação e  no conforto.  

 Segundo informações oferecidas pela ANL, os frequentadores de livrarias físicas predominam a faixa etária entre os 30 e 60 anos, não consideramos aqui obviamente as livrarias infantis, e nas feiras de livros atualmente postergadas se verifica uma frequência muito intensa do público infanto-juvenil.

O próprio economista Roberto Piscitelli, conta que gosta de frequentar livrarias. “Eu gosto muito de ir a livrarias e conversar, me informar, com o livreiro, com o especialista sobre alguma obra já lançada ou a ser lançada, do que que trata e às vezes as informações de que a gente não dispõe, como os autores e as circunstâncias de edição dessas obras.”

O especialista afirma que, em um cenário pós-pandemia, devemos ser realistas e admitir que as vendas on-line, não só de livros, mas de tantos outros produtos, vão continuar fortes. Por isso, as livrarias precisam se recriar, ser criativas, mantendo o interesse de seus clientes vivos. E dessa forma, com determinação, coragem e sem dúvida com o apoio governamental, não só as livrarias, mas todos os setores de serviço sobreviverão as dificuldades. 

Por Maria Luiza Oliveira de Castro e Fernanda Bittar

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira 

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