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Economia

Economia deprimida não assusta empresas do DF

Número de novos prédios já é quase igual ao de todo o ano de 2018. Mais virão

Lindauro Gomes

24/06/2019 7h02

Myke Sena/Jornal de Brasília/ Cedoc

Victor Mendonça
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Apesar do desempenho pífio e preocupante da economia brasileira, o mercado da construção civil no Distrito Federal tem previsão de crescimento nos próximos meses. As perspectivas estão baseadas na pesquisa do Índice de Velocidade de Vendas (IVV), realizada pela Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI/DF) em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF).

Segundo o presidente da ADEMI, Eduardo Aroeira, somente nos quatro primeiros meses de 2019, o mercado imobiliário brasiliense movimentou quase o total de lançamentos de todo o ano de 2018. De janeiro à abril deste ano, foram 14 lançamentos anunciados contra 17 apresentados no ano passado no Distrito Federal.

Além disso, ele salienta que o estoque de imóveis prontos, disponíveis para compra e mudança imediata, está quase três vezes mais baixo que média histórica do Distrito Federal. Antes, afirma Aroeira, as unidades ofertadas costumavam variar em torno de 9 mil. O número atualizado até abril deste ano, no entanto, é de pouco mais de 3,3 mil imóveis.
Alta dos preços

O empresário acredita que o cenário brasileiro nos próximos meses garante a aposta para o investimento das empresas. “Nossa oferta de móveis novos está muito baixa. As empresas estão sentindo que esse é o momento de lançar. No futuro próximo, com a aprovação das reformas, tanto a confiança do consumidor quanto a dos empresários aumentará e conseguiremos iniciar obras e gerar empregos e riquezas”, afirma.
Aroeira considera ainda que, a partir do momento em que a demanda crescer em um ambiente onde a oferta está baixa, a tendência do preço é aumentar.

Outro fator que pode estimular a movimentação do mercado é a recente mudança nas políticas de taxas de financiamento imobiliário por parte da Caixa Econômica, que no último dia 10 reduziu em em 0,25 e 1,5 ponto percentual os juros do Sistema de Financiamento de Habitação (SFH) e o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), respectivamente.

O SFH financia a compra de imóvel avaliado até R$ 1,5 milhão com recursos da caderneta e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O SFI financia a compra de imóvel com valor de avaliação acima de R$ 1,5 milhão com recursos captados com letras de crédito e títulos imobiliários.

Hora de comprar é agora”, diz empresário

Rogério Oliveira, sócio-diretor da imobiliária Quadrimob, avalia que a hora de comprar uma unidade residencial nova é agora. “Desde as eleições temos visto o consumidor voltar a ter confiança para poder comprar. Existe uma esperança de estabilidade. Quem chegar primeiro vai beber água limpa”, garante.

A oportunidade é boa não só para quem quer comprar um imóvel novo ou investir em um projeto ainda em planta de apartamentos, mas também para quem trabalha na construção civil no Distrito Federal. Toda essa esperança de movimentação é perspectiva de emprego para quem põe a mão na massa.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do mobiliário de Brasília (STICMB), Raimundo Salvador, por exemplo, avalia que o momento é de esperança para novas contratações.

“Na Copa do Mundo e nas Olimpíadas tivemos várias obras gran des, mas depois a atividade caiu muito no DF. Estamos em um momento de desemprego muito alto na indústria da construção civil, então pra gente é bastante positiva essa perspectiva de novos lançamentos de imóveis e novas ofertas.”

Alto padrão

Águas Claras. Foto: Agência Brasília

A Brasal Incorporações, braço imobiliário do grupo, por exemplo, planeja o lançamento de mais três empreendimentos no Noroeste e um na Asa Norte. “São imóveis de alto padrão de construção e acabamento, com três quartos, vazados, também três suítes e quatro suítes”, afirma a companhia, que confia no mercado brasiliense.

A Paulo Octavio, tradicional no ramo em Brasília, também prevê novos lançamentos na capital. Este ano já foram quatro em Águas Claras, Guará e Plano Piloto. A previsão é de mais três ao longo do ano nas regiões Noroeste, Asa Norte e Águas Claras. As unidades devem variar entre um a quatro quartos e os valores partem de R$ 300 mil e chegam a R$ 6,5 milhões.

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