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Economia

Dólar sobe nesta quarta (22) à espera de ata do Fed

Os investidores aguardavam os detalhes da reunião de política monetária do Fed, que, no início de maio, optou manter os juros

Redação Jornal de Brasília

22/05/2024 11h34

Dólar

Foto: Reprodução/ Flickr

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar avançava nos primeiros negócios desta quarta-feira (22), com as expectativas do mercado voltadas à publicação da ata do último encontro do Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos.

Às 9h20, a moeda norte-americana subia 0,53%, a cotada a R$ 5,143 reais na venda.

Os investidores aguardavam os detalhes da reunião de política monetária do Fed, que, no início de maio, optou manter os juros inalterados na faixa de 5,25% a 5,50%. A expectativa é que, no documento, as autoridades do banco central norte-americano comecem a dar mais pistas sobre a trajetória da taxa básica de juros do país, referência para os mercados globais.

Na decisão de maio, a autarquia sinalizou que ainda está inclinada a eventuais cortes, mas avaliou que as leituras de inflação até aquele momento eram decepcionantes.

Desde então, em falas separadas na última semana, dirigentes demonstraram cautela com a inflação. Eles reconheceram uma virada positiva depois que números mostraram que os preços ao consumidor nos EUA subiram menos que o esperado em abril, mas a desaceleração não foi o suficiente para que começassem a antever um corte concreto nas próximas reuniões.

O clima externo, porém, é de otimismo: os investidores preveem uma probabilidade de quase 65% de que o Fed reduzirá os juros em pelo menos 0,25 ponto percentual em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Na véspera, o dólar subiu 0,23%, cotado a R$ 5,116. O Ibovespa perdeu 0,27%, a 127.411 pontos.

Além da expectativa em torno do Fed, o movimento dos mercados foi embalado por discussões sobre a política monetária doméstica, conforme crescem as apostas de uma taxa Selic mais alta do que o previsto ao final de 2024.

Divulgado na manhã de segunda-feira, o Boletim Focus passou a projetar que a taxa básica de juros feche o ano em 10% -um aumento de 0,25 p.p. (ponto percentual) em relação à estimativa anterior, de 9,75%.

Essa foi a terceira semana consecutiva em que economistas consultados pelo BC (Banco Central) ajustaram as expectativas para cima.

O movimento segue a esteira de declarações recentes de diretores da autarquia, que, na ata da última reunião, concordaram em retirar a orientação futura para os próximos encontros, chamado no jargão econômico de “forward guidance”, diante de um cenário de maior incerteza na economia brasileira e global.

No encontro do início de maio, o Copom (Comitê de Política Monetária) optou por reduzir a Selic em 0,25 p.p., após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, ainda disse em entrevista na semana passada que não pode antecipar novas reduções, sob o argumento de que a autarquia precisa “de tempo, serenidade e calma para saber como as variáveis vão se desenrolar”.

O relatório Focus levou até à possibilidade de o BC voltar a elevar a taxa Selic, o que “puxaria nosso diferencial de juros e favoreceria fortemente o real”, avalia Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Em geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e menos o BC afrouxar a Selic, melhor para o real. Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.

Na cena doméstica, o destaque positivo foi a YDUQS, que saltou 10,22%, tendo no radar previsão de lucro líquido ajustado por ação entre R$ 1,6 e R$ 1,9 em 2024, segundo fato relevante ao mercado.

A companhia também projetou que, em 2025, o resultado líquido ajustado será de entre R$ 2 e R$ 3 por ação, enquanto a previsão para o ano seguinte é de entre R$ 2,5 e R$ 3,5.

Vale caiu 0,29%, apesar da nova alta dos futuros do minério de ferro na China. Petrobras também recuou: os preferenciais perderam 0,19%; os ordinários, 0,75%.

Destaque negativo foi a Suzano, que perdeu 3,72%, após notícias de que a companhia teria discutido a possibilidade de melhorar a oferta de aquisição da International Paper de US$ 15 bilhões.

Lojas Renner recuou 3,95%, tendo de pano de fundo relatório de analistas da XP cortando a recomendação dos papéis para “neutra”, com preço-alvo de R$ 18, diante da avaliação de que o clima e o macro serão obstáculos para o crescimento e expansão de margem da companhia, com o segundo trimestre sendo um potencial gatilho para uma revisão negativa no lucro.

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