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Economia

Dólar recua e Bolsa vai a 155 mil pontos com expectativa pelo fim da paralisação nos EUA

Avanço no Senado norte-americano sobre proposta para reabrir o governo impulsiona o apetite por risco e melhora o humor dos mercados globais

Redação Jornal de Brasília

10/11/2025 13h25

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

FOLHAPRESS

O dólar está em queda nesta segunda-feira (10), com investidores atentos à possibilidade da paralisação do governo dos Estados Unidos chegar a um fim.

O Senado norte-americano avançou, no domingo, com um projeto para financiar a máquina pública até o fim de janeiro. Caso aprovada, a medida precisa passar pela Câmara dos Representantes e, depois, pela sanção do presidente Donald Trump, um processo que poderá levar dias.

A expectativa pelo encerramento da maior paralisação da história do governo dos Estados Unidos injeta ânimo nos mercados e aumenta o apetite por risco dos investidores, com o dólar perdendo força ante a maior parte das moedas e as praças acionárias globais registrando fortes ganhos.

Aqui, a moeda norte-americana caía 0,33% por volta das 12h45, cotada a R$ 5,317.

Já a Bolsa, registrava alta de 0,67%, a 155.110 pontos, a caminho de renovar o recorde histórico pela 11ª vez consecutiva. Na máxima do pregão, bateu 155.601 pontos -primeira vez em que chega ao patamar dos 155 mil pontos.

O Senado norte-americano deu o primeiro passo para encerrar o mais longo shutdown da história dos EUA na noite de domingo, depois que um grupo de democratas rompeu o bloqueio do partido e votou com os republicanos para avançar a proposta que pode reabrir o governo.

A votação de procedimento, que teve 60 votos favoráveis e 40 contrários, abriu caminho para que o projeto de gastos começasse a tramitar no Congresso. Ele ainda precisará ser debatido e aprovado pelo plenário do Senado, obter o aval da Câmara e ser sancionado por Trump para valer.

Oito senadores democratas votaram a favor da medida, que deve financiar a maioria das agências federais até janeiro. A decisão dos dissidentes permitiu que os republicanos, até então incapazes de aprovar um orçamento temporário, finalmente atingissem os 60 votos necessários para avançar. Ainda assim, a reabertura efetiva do governo pode demorar.

A votação inicia o debate formal da proposta no Senado antes da decisão final. Caso aprovada, ela seguirá para a Câmara -em recesso prolongado e sem data definida de retorno- e, depois, para a assinatura de Trump.

Para os mercados, o possível encerramento do shutdown guarda a promessa de normalização. A falta de financiamento deixou centenas de milhares de servidores em licença não remunerada, milhões de pessoas em risco de perder assistência alimentar, voos em atraso e, no ponto mais sensível para os operadores, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) no escuro.

A paralisação afetou a divulgação de dados econômicos essenciais para balizar as decisões de política monetária do banco central, como de inflação e de desemprego. A falta de visibilidade sobre a temperatura da economia pode impedir a continuidade do ciclo de cortes de juros -possibilidade aventada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva após a reunião de outubro.

“O que você faz quando está dirigindo sob neblina? Você diminui a velocidade”, afirmou.

Assim, a perspectiva do fim da paralisação alivia a incerteza sobre a economia norte-americana, dando força aos mercados globais de ações e às moedas de países emergentes, como o real, o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.

No caso da Bolsa brasileira, “o desafio é manter o bom desempenho registrado nas últimas sessões”, diz Marco Ribeiro Noernberg, sócio e estrategista de renda variável da Manchester.

O Ibovespa renovou o recorde histórico por 10 pregões consecutivos e, nesta segunda, busca o 11º.

A agenda da semana, porém, guarda gatilhos que podem desencadear uma realização de lucros por parte dos investidores. Na terça, o Copom (Comitê de Política Monetária) divulga a ata da última reunião, quando decidiu por manter a taxa Selic inalterada em 15% e reforçou que ela ficará neste patamar “por tempo bastante prolongado”.

O dia também guarda os dados da inflação oficial de outubro, media pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

“Tanto a ata quanto o IPCA podem trazer novas perspectivas para o início da política de corte de juros”, diz Noernberg.

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