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Economia

Dólar cai mais de 1% com balanços nos EUA e nova política fiscal do Reino Unido

Na Bolsa brasileira, entre as maiores altas do dia, destaque para as ações de viagens, CVC e Azul subiam mais de 6%

FolhaPress

17/10/2022 17h36

Foto: Reprodução/Web

Lucas Bombana
São Paulo, SP

Em uma sessão em que o bom humor volta a prevalecer nos mercados globais, após as perdas da semana passada, a Bolsa brasileira opera em alta firme acima de 1% nesta segunda-feira (17), enquanto o real avança frente ao dólar em um dia de desvalorização generalizada da moeda norte-americana.

As preocupações do mercado na semana anterior com o aumento dos juros nos Estados Unidos e o risco de recessão global em 2023 dão lugar nesta segunda a um maior otimismo dos agentes econômicos, que se voltam para a temporada de balanços corporativos das empresas americanas.

Declarações do novo ministro das Finanças do Reino Unido também agradaram os investidores. Jeremy Hunt descartou nesta segunda o plano econômico da primeira-ministra Liz Truss e reduziu o vasto subsídio de energia proposto por ela, lançando uma das maiores reviravoltas na política fiscal britânica de forma a conter uma dramática perda de confiança dos investidores.

Por volta das 12h25, o índice acionário Ibovespa marcava ganhos de 1,72%, aos 113.998 pontos, após a queda de 3,7% acumulada na semana passada.

No câmbio, o dólar registrava queda de 1,22%, cotado a R$ 5,2620 para venda, revertendo a tendência observada na semana passada, quando subiu 2,17%.

Na mesma toada, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos, recuava 0,90%.

Nas Bolsas americanas, o S&P 500 operava em alta de 2,30%, o Nasdaq subia 3,06% e o Dow Jones tinha valorização de 1,65%.

As ações do Bank of America disparavam cerca de 4,5% nesta segunda, após o banco ter reportado um lucro por ação de US$ 0,81 no terceiro trimestre, acima da estimativa média dos analistas de US$ 0,77, segundo cálculos da Refinitiv.

Já na Europa, o índice acionário FTSE-100, de Londres, avançava 0,90%, o DAX, de Frankfurt, valorizava 1,58%, e o CAC-40, de Paris, tinha alta de 1,71%.

O movimento no mercado europeu vem na esteira de declarações do novo ministro das Finanças do Reino Unido. Encarregado de deter um tombo no mercado de títulos que se alastrou desde que o governo anunciou enormes cortes de impostos em 23 de setembro, o ministro reverteu todas as políticas econômicas que ajudaram Truss a ser eleita primeira-ministra há pouco menos de seis semanas.

Nesta segunda, a libra se recuperava das quedas recentes frente ao dólar, em alta de 2,17%, a US$ 1,1414.

Ex-ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt foi nomeado ministro das Finanças na última sexta-feira (14), após a saída de Kwasi Kwarteng do cargo.

“Continuo extremamente confiante sobre as perspectivas econômicas a longo prazo do Reino Unido, à medida que cumprimos nossa missão de ir em direção ao crescimento”, disse ele. “Mas o crescimento requer confiança e estabilidade, e o Reino Unido sempre irá traçar seu caminho”.

Sob o novo plano, a maior parte dos 45 bilhões de libras em cortes de impostos não compensados pelo governo de Truss será revertida, e um esquema de apoio energético de dois anos para residências e empresas, que deve custar bem mais de 100 bilhões de libras, agora só será executado até abril.

Depois disso, o governo revisará o melhor caminho a seguir, para apresentar um esquema direcionado que “custe ao contribuinte significativamente menos do que o planejado”.

Hunt disse que as mudanças planejadas no corte de impostos levantarão 32 bilhões de libras (US$ 36 bilhões) todos os anos.

A mais recente crise a atingir o Reino Unido começou em 23 de setembro, quando a nova primeira-ministra Truss e seu então ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, anunciaram 45 bilhões de libras em cortes de impostos não financiados para tirar a economia de anos de estagnação.

CIAS AÉREAS SE DESTACAM NO CAMPO POSITIVO; JÁ MRV AFUNDA MAIS DE 10%

Na Bolsa brasileira, entre as maiores altas do dia, destaque para as ações de viagens, CVC e Azul subiam mais de 6%, e as da Gol avançavam cerca de 5%, com a redução da aversão ao risco entre os investidores beneficiando papéis relacionados à retomada da atividade doméstica à frente.

Já a MRV era o destaque negativo, em queda de mais de 10%, após a construtora ter reportado na sexta a prévia operacional do terceiro trimestre, com uma queda de 14% nos lançamentos no período.

“Os números foram fracos e esperamos uma reação negativa do mercado, mesmo considerando a performance fraca (e abaixo da média do setor) nas últimas semanas”, apontaram os analistas da Guide em relatório.

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