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Economia

Bolsa cai 0,12% com agenda de balanços e reforma tributária

O dia foi marcado por balanços corporativos, e a atenção dos investidores seguiu voltada para os desdobramentos da reforma tributária

Redação Jornal de Brasília

11/08/2021 19h58

Foto: Reprodução

FolhaPress

Depois de um dia volátil, a Bolsa de Valores brasileira encerrou praticamente estável nesta quarta-feira (11). O Ibovespa, principal índice acionário do país teve queda de 0,11% aos 122.056 pontos. O dia foi marcado por balanços corporativos, e a atenção dos investidores seguiu voltada para os desdobramentos da reforma tributária.

Dentre as ações que compõem o índice, a maior queda veio de Qualicorp, que caiu 15,57% depois de a companhia ter divulgado uma queda no lucro do segundo trimestre, refletindo maiores despesas financeiras e um aumento nas campanhas de venda.

As principais altas do Ibovespa ficaram com os papéis do setor financeiro -que refletem tanto os bons resultados do segmento no segundo trimestre divulgados na semana passada como o avanço das ações de bancos no exterior- e as ações da Petrobras, que subiram 1,66% (preferenciais, sem direito a voto) e 1,94% (ordinárias, com direito a voto), na esteira do avanço dos preços do petróleo.

No exterior, os índices Dow Jones e S&P 500 refletiram os dados de inflação nos Estados Unidos e fecharam em máximas recordes. O avanço dos índices foi de 0,62% e 0,25%, respectivamente. Setores ligados ao crescimento econômico também avançaram, na esteira da aprovação de um pacote de infraestrutura pelo Senado americano.

Nesta quarta (11), o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% no mês passado, após alta de 0,9% em junho, maior queda em comparação mensal em 15 meses, aliviando preocupações com o potencial de uma inflação em escalada no país.

“Sem dúvida o pacote de infraestrutura do Biden [presidente dos Estados Unidos] já vem sendo precificado pelo mercado, principalmente pelo setor de commodities, porque é um investimento forte que deve apoiar um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] em 2022 ao redor de 5,5%. Mas o que pegou mesmo foi o dado de inflação ao consumidor”, disse a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

“Vimos que [esses dados] tiveram repercussão relevante nos juros dos treasuries [títulos do Tesouro americano], beneficiando a desvalorização do dólar [no exterior]. Em contrapartida tivemos uma reação mais positiva do mercado acionário, já que ter argumentos para a manutenção de uma política monetária acomodatícia, é bom para os ativos que são considerados mais arriscados”, completou a economista.

O movimento de desvalorização do dólar visto no exterior, porém, não refletiu no mercado brasileiro. Por aqui, a moeda americana encerrou com alta de 0,46% ante o real, a R$ 5,2200. Segundo Abdelmalack, os principais motivos para a diferença na leitura são as preocupações do ponto de vista político e fiscal.

“Temos uma articulação na Câmara para barrar a votação [da reforma] do Imposto de Renda e toda essa expectativa em torno das negociações trazem entraves para os negócios. Também vale lembrar que temos um mês complicado, porque temos até 31 de agosto para o envio do projeto de lei orçamentária. Então todo o assunto voltado para as contas públicas não deve sair do radar dos investidores tão cedo”, disse a economista.

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