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Economia

BC não tem nenhum apego a preço de câmbio, intervém quando há volatilidade, diz diretor

”Um instrumento vai funcionar melhor para um caso ou para outro caso, dependendo do que causou aquela disfuncionalidade” disse Nilton David

Redação Jornal de Brasília

21/02/2025 13h09

banco central

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou nesta sexta-feira, 21, que a autoridade monetária não tem nenhum apego a preço de câmbio e que faz intervenções quando é necessário por conta da volatilidade. Ele participou de uma live organizada pelo Bradesco BBI.

“A nossa primeira linha de defesa para a política monetária é o câmbio flutuante. O Banco Central não tem nenhum apego a preço ou objetivo de câmbio, as intervenções, quando acontecem, é porque o Banco Central viu, percebeu uma disfuncionalidade, aí os instrumentos que estão à disposição são os que ele vai imaginar que vão ser os mais eficazes para aquele tipo de movimento que foi causado, é simples assim. Um instrumento vai funcionar melhor para um caso ou para outro caso, dependendo do que causou aquela disfuncionalidade pela discricionariedade do Banco Central”, comentou David.

O diretor refletiu que o dólar está num momento historicamente valorizado frente a outras moedas e defendeu que é preciso entender quanto do câmbio é movimento do dólar e quanto é do real.

Nilton David também afirmou que o Brasil tem mercado de derivativos de câmbio muito grande em relação ao spot – enquanto a operação em derivativos está no patamar de US$ 40 bilhões, o spot é de US$ 2 bilhões. Mais uma vez, ele defendeu as ferramentas do Banco Central e o uso após a avaliação do caso específico. “O jeito ideal seria você atuar onde você percebeu a disfuncionalidade, e como a atuação vem por uma observação de disfuncionalidade, a gente consegue mapear exatamente o que está causando a coisa, e é assim que funciona”, disse.

Questionado sobre a existência de um nível de reservas que o BC considera o ideal, ele rechaçou a ideia. “Não tem nenhuma métrica, nenhum nível que a gente acredite que seja o ideal. O que existe é o fato, como o dólar é flutuante, você pode imaginar que teoricamente você não precisa de reservas, se você acha que você precisa por eventos de disfuncionalidades, você tem que ter alguma reserva, se você quiser manter o dólar fora do lugar. Não existe quantidade de reservas que resolva. A experiência mostra isso, é simples assim, ninguém tem nenhuma pretensão de ter um preço artificial do câmbio, nem que seja momentâneo, isso é longe de qualquer debate”, disse.

Estadão Conteúdo

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