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Economia

BC fará ‘o que puder’ para garantir inflação na meta em 2022, diz diretora

O mercado financeiro subiu, pela 12ª semana consecutiva, a estimativa para o IPCA em 2022, aponta a edição mais recente do boletim Focus

FolhaPress

11/10/2021 21h01

Foto: Agência Brasil

RIO DE JANEIRO, RJ

A diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do BC (Banco Central), Fernanda Guardado, afirmou nesta segunda-feira (11) que a autoridade monetária fará “o que puder” para levar a inflação para a meta em 2022. A declaração ocorreu durante evento virtual realizado pelo IIF (Instituto de Finanças Internacionais).

“Faremos o que pudermos para trazer a inflação para a meta”, disse. Fernanda avaliou que a pressão inflacionária do Brasil está mais concentrada em itens como alimentos e energia elétrica. Segundo ela, o aumento desses preços costuma ter caráter mais temporário, embora o atual choque esteja levando mais tempo do que o esperado inicialmente.

O mercado financeiro subiu, pela 12ª semana consecutiva, a estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2022, aponta a edição mais recente do boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo BC. A alta prevista passou de 4,14% para 4,17%.

A projeção está acima do centro da meta de inflação para o próximo ano, mas ainda dentro do intervalo de tolerância. Em 2022, o centro da meta é de 3,5%. O intervalo de tolerância fica entre 2% e 5%. A pressão inflacionária ganhou força ao longo da pandemia. Em setembro, o IPCA quebrou a barreira simbólica dos dois dígitos no acumulado de 12 meses. O indicador chegou a 10,25%, maior variação desde fevereiro de 2016 (10,36%), conforme dados divulgados na sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IPCA acumulado até setembro é quase o dobro do teto da meta de inflação perseguida pelo BC em 2021. O teto é de 5,25% neste ano. O centro é de 3,75%. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, projetou no último dia 4 que a inflação atingiria seu pico em setembro pelo IPCA. “Setembro deve ser o pico da inflação em 12 meses. A gente entende que existe um elemento de persistência maior e, por isso, estamos sendo mais incisivos nos juros”, disse na ocasião.

Campos Neto voltou a falar sobre o tema na sexta-feira (8), quando a Petrobras anunciou reajuste de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha nas refinarias. Na visão do presidente do BC, a alta no preço do gás deve se refletir em deteriorações adicionais nas expectativas de inflação do mercado.

“O Brasil teve um grande salto [nas expectativas de inflação] quando olhamos para 2021, e isso provavelmente ficará pior com o anúncio de aumento no gás hoje [sexta-feira]”, observou Campos Neto, durante evento online promovido pelo Itaú BBA.

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