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Economia

Após dois meses de queda, produção industrial sobe 7% em maio

O resultado foi beneficiada pela base de comparação baixa e pela flexibilização das medidas de isolamento social contra o coronavírus em algumas partes do País

Redação Jornal de Brasília

02/07/2020 9h58

Depois de cair ao menor nível da história em abril, com retração de 18,8%, a produção industrial subiu 7% em maio na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísica (IBGE) nesta quinta-feira, 2. O resultado foi beneficiada pela base de comparação baixa e pela flexibilização das medidas de isolamento social contra o coronavírus em algumas partes do País.

O crescimento, no entanto, foi insuficiente para reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de março e abril. Com isso, o setor atinge o segundo patamar mais baixo desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal.

Das 36 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 35 esperavam crescimento do indicador, de 1,90% a 12,20%, com mediana de 6,15%.

Na comparação com maio de 2019, o resultado ainda foi negativo, com queda de 21,9%, perto da mediana das projeções dos analistas consultados, que era de retração de 22,2%. Esse recuo foi o sétimo resultado negativo subsequente nessa base de comparação e a segunda queda mais elevada desde o início da série histórica. Na soma dos últimos 12 meses, a queda foi de 5,4%, a mais forte desde dezembro de 2016 (-6,4%). Em 2020, a indústria já acumula recuo de 11,2% até maio.

Para 2020, as instituições preveem retração na produção industrial, de 14,5% a 5,40%, com mediana 9,8% de queda, o que seria a mais intensa da história.

E esse quadro não deve mudar substancialmente nos próximos meses. As projeções preliminares na comparação com o mesmo período do ano anterior indicam queda na produção até março de 2021, embora a magnitude seja menor.

“Nossa recuperação vai ser muito lenta”, diz a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, citando a situação da pandemia de coronavírus no País, que ainda não se estabilizou. “A produção industrial é a atividade que tem a engrenagem mais morosa, porque precisa que a demanda se consolide, que os pedidos se formalizem, para investir e aumentar a produção”, acrescenta a economista, que prevê encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,3% este ano.

Mais otimista do que a mediana de mercado, a pesquisadora Mayara Santiago, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), diz que é possível que o setor esteja deixando para trás os efeitos mais negativos da crise, mas a perspectiva é de uma recuperação tímida para o setor.

“Talvez estejamos começando a sair do olho do furacão, mas o nível de produção continua muito depreciado em maio. Todos os indicadores que temos sinalizam uma leve recuperação, mas com índices ainda muito fracos”, resume a economista.

De acordo com Mayara, a tendência é de que as taxas interanuais sem tornem cada vez menos negativas ao longo dos meses, mas é certo que o País terá um saldo negativo de produção industrial no ano.

No segundo trimestre, o Ibre já estima contração histórica de 19,80% na produção industrial em termos interanuais, o que levaria a uma retração de 15,3% no PIB da indústria e de 11,5% no total.

Para o ano, o Ibre espera retração de 10,2% no volume da produção industrial. O efeito é uma retração de 7,2% no PIB industrial, puxado em especial pela queda da indústria da transformação (-11,5%), e um encolhimento de 6,4% no PIB geral.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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