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Conflito entre Armênia e Azerbaijão deixa o Brasil neutro, avalia internacionalista

A postura do Brasil é preservar a relação amigável entre o Estado brasileiro e os dois países, segundo especialista

Geovanna Bispo

28/03/2023 16h23

Foto: Az?rbaycan Respublikas? Müdafi? Nazirliyi / Ministry of Defense of the Republic of Azerbaijan

Juliana Weizel
(Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB)

Azerbaijão e Armênia trocam acusações de que o acordo de cessar-fogo teria sido violado em Nagorno-Karabakh. Segundo as incriminações do país de Vladimir Putin, o Estado responsável pelo ressurgimento do conflito na região é o Azerbaijão.

Diante desse cenário, a internacionalista Nathana Garcez expõe que a postura do Brasil é preservar a relação amigável entre o Estado brasileiro e os dois países. E esse posicionamento é acompanhado pela decisão de não reconhecer a independência de Nagorno-Karabakh.

Em Nagorno-Karabakh, a guerra deflagrada por 45 dias já completa mais de dois anos e a população ainda sente os efeitos. A origem no fim da 1ª Guerra Mundial, a nova empreitada militar ocorreu após quase três décadas de relativo cumprimento ao cessar-fogo em 1994.

Porém, o conflito não tem causado impactos expressivos na relação amistosa que o Brasil desenvolveu nas últimas décadas com a Armênia e o Azerbaijão.

Olhar de quem está lá

Sobre a condição da população, a fotógrafa armênia Anush Babajanyan, conhecida por retratar histórias em zonas de conflito no Cáucaso, relata que o sentimento geral é de decepção.

“Tantas vidas foram perdidas, assim como terras e casas. Há muitas pessoas que se sentem tristes e deprimidas”, completou Anush.
A fotógrafa esteve na região para documentar a guerra em 2020 e voltou recentemente para registrar os efeitos. E nas duas ocasiões, ela compartilhou na rede social o seu relato pessoal, assim como imagens das histórias que estava acompanhando.

Mesmo observando o abatimento nas pessoas, Anush diz que “também há desenvolvimento e atividade em Nagorno-Karabakh, as pessoas aqui são muito resilientes”.

O Brasil se mantém neutro

Sobre o contexto brasileiro, o vínculo com a Armênia continua sendo fortalecido pela existência de uma comunidade armênia, estimada em 100 mil pessoas, que vive principalmente em São Paulo.

A internacionalista Nathana ressalta que essa comunidade “detém alguma influência política sob o nosso governo ao ponto de o Senado brasileiro ter aprovado, em 2015, um voto de solidariedade ao povo armênio em memória dos cem anos do Genócidio Armênio”.

Do outro lado, com o Azerbaijão, a relação comercial fortalece o interesse pela neutralidade brasileira. Ao longo dos mais de 25 anos de relações diplomáticas, houve uma ampliação gradual da cooperação nesse âmbito.

Houve um estreitamento do intercâmbio bilateral em 2018, quando só as exportações brasileiras para o Azerbaijão representaram US$159 milhões, de acordo com o OEC World.

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