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Brasil

Trabalhadores resgatados em plantação de banana eram obrigados a tomar água de córrego, diz Promotoria

A falta de água potável para consumo fazia parte da situação degradante em que estavam, de acordo com a Promotoria

Redação Jornal de Brasília

26/03/2024 7h42

Foto: Reprodução

Folhapress

Sete trabalhadores contratados para realizar o plantio de banana foram encontrados pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) em condições análogas à escravidão, segundo o órgão, em Eldorado, no Vale do Ribeira. A falta de água potável para consumo fazia parte da situação degradante em que estavam, de acordo com a Promotoria.

Além disso, não havia camas no alojamento e todos dormiam em colchões no chão. Um dos banheiros não possuía chuveiro e os trabalhadores eram obrigados a tomar banho de água fria por um cano que saía da parede.

Com o apoio do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), o MPT encontrou um local com higiene precária. Apesar de ser originário da região, o grupo estava alojado próximo à lavoura. Alguns estavam no local há cinco meses e outros há um mês. Um deles havia chegado no local há apenas um dia.

Os fiscais apontam irregularidades também nas frentes de trabalho. Os homens contratados para plantar banana borrifavam agrotóxico sem equipamentos de proteção, como máscara, luvas e óculos, de acordo com a investigação.

Apenas um deles possuía registro em carteira de trabalho –os demais trabalhavam em situação informal.

“A condição encontrada pela equipe é de total precariedade. Os trabalhadores estavam alojados em condições subumanas, sem sequer ter acesso à água potável de qualidade”, disse o procurador Gustavo Rizzo Ricardo.

Os sete homens foram resgatados do local. Por meio de um termo de ajuste de conduta, o empregador se comprometeu a pagar R$ 80 mil em verbas rescisórias e mais R$ 80 mil por dano moral. Os valores serão divididos entre os trabalhadores.

“Outras operações serão realizadas no Vale do Ribeira e esperamos não mais encontrar pessoas nessas condições”, afirmou Rizzo.

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