Logo após a criticada quinta colocação no Grand Prix, o técnico José Roberto Guimarães amenizou o resultado alegando que havia usado a competição para fazer testes na seleção feminina de vôlei. Dias depois, ele divulgou a relação das convocadas para o Sul-americano, deixando de fora nomes como Érika, Renatinha, Regiane e Carol Albuquerque, que vinham figurando no time nacional.
Passada a competição continental, vencida de forma impecável, o treinador não assegura que o atual grupo é o que deve seguir na caminhada olímpica. “Não é por aí o caminho. Esta é uma análise que a comissão técnica ainda tem que fazer”, revelou o técnico, que optou por não contar com Jaqueline no torneio no Chile – ainda aguardando resultado do seu julgamento por ter apresentado resultado positivo no antidoping, a atleta teoricamente poderia entrar em quadra, já que nenhuma sentença ainda foi divulgada.
“Não tive alternativa”, explica Zé, que tomou sua decisão por receio de o Brasil perder uma de suas principais jogadoras durante o torneio. No lugar de Jaqueline, o treinador então surpreendeu ao não levar outra ponteira, mas sim uma quarta jogadora de meio-de-rede, posição em que os times costumam contar com três atletas. Na disputa continental, a equipe verde-amarela contou com Walewska, Fabiana, Thaisa e Carol Gattaz na função.
O técnico, entretanto, deu sinais que poderia até mesmo repetir a convocação com quatro centrais, dependendo das circunstâncias. “Não é porque são quatro centrais que tem que ficar três”, comenta ao mesmo tempo em que expõe a sua dúvida. “Todas as quatro foram muito bem no Sul-americano. Temos que avaliar isso de uma forma muito carinhosa porque são quatro jogadoras muito importantes. A comissão técnica ainda vai ter que decidir isso até a Copa do Mundo”, afirma.
De acordo com ele, a convocação para o torneio no Japão, que garante três vagas nas Olimpíadas de Pequim, deve acontecer próximo ao embarque para a Europa, em 14 de outubro. No Velho Continente, a equipe fará treinamentos para começar a adaptação ao fuso horário japonês. O local dos treinos, porém, ainda não foi definido.
“A sede deve ser definida esta semana. Ainda precisamos ter as confirmações do que nós pedimos para ver o lugar em que a gente vai treinar. Lá, vamos preparar treinamentos e amistosos”, explica o treinador. “Ainda temos que confirmar todos os aspectos da viagem para depois sair as 12 convocadas”, emenda.
O clima de incerteza deixa as jogadoras em alerta. “Tem que ficar esperta mesmo”, admite a ponteira Natália, que tem sua receita para se manter no time. “Acho que se tiver fazendo o trabalho direitinho não tem problema, pois todas vão estar em sintonia com a comissão técnica”, destaca.
Apesar de ser praticamente impossível o Brasil ficar fora da Olimpíada – mesmo que falhe na Copa do Mundo, a equipe nacional pode se garantir em Pequim-2008 através do Pré-Olímpico mundial do ano que vem ou da seletiva continental, Zé Roberto quer se garantir em novembro. E tem um motivo bastante forte para isso.
“A Copa do Mundo não tem como não ser um torneio forte, mas vamos tentar preparar bem o time para se classificar agora em função da própria Superliga. Se não garantirmos a vaga, vamos ter que treinar em janeiro e isso prejudicaria muito o trabalho dos clubes”, afirma.