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Brasil

SP muda e não prevê mais data para iniciar campanha com idosos

Marcus Eduardo Pereira

19/01/2021 23h18

Vacina coronavírus. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Diante do acordo com o Ministério da Saúde, que previu o uso de todas as doses da vacina Coronavac disponíveis no Instituto Butantan pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o cronograma original e vacinação contra a covid-19 anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para a população do Estado, está suspenso e novas datas serão apresentadas.

Doria previa que, em 25 de janeiro, populações indígenas do Estado seriam as primeiros vacinadas, ao mesmo tempo que os profissionais de saúde. Já os idosos com mais de 75 anos passariam a receber as doses a partir de 8 de fevereiro.

Com o acordo, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo passará a cumprir o Plano Nacional de Imunização (PNI) do ministério, mas o governo Doria não soube informar se, dentro das cerca de 1,5 milhão de doses disponíveis no Estado, haverá doses que serão enviadas ao grupo dos mais idosos.

O PNI, apresentado em dezembro pelo Ministério da Saúde, previa que na primeira fase seriam vacinados os profissionais de saúde, idosos acima de 75 anos, idosos acima de 60 anos que vivessem em asilos (ou instituições similares) e povos tradicionais ribeirinhos. Com este primeiro lote da Coronavac, o Ministério da Saúde prevê imunizar somente idosos em instituições de longa permanência.

A gestão Doria informou, entretanto, que não sabe se o total de doses já serão suficientes para atender esse público, mas que prefeituras que quiserem poderão usar as doses recebidas também para imunizar os indígenas.

O Butantan se comprometeu a enviar 8,7 milhões de doses ao SUS ainda em janeiro. Até abril, serão 46 milhões de doses. A produção dos imunizantes depende da chegada de insumos vindos da China que ainda não têm data para serem embarcados e sofrem atrasos de liberação mediante as autoridades chinesas.

Uso será emergencial

Ao aprovar neste domingo, 17, por unanimidade, o uso emergencial da Coronavac, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) condicionou o aval à assinatura, pelo Instituto Butantan, em São Paulo, de um documento que prevê apresentar os dados de imunogenicidade da vacina, uma vez que os relatórios sobre o tema foram considerados insuficientes. O prazo para entrega do documento foi definido: é 28 de fevereiro.

As informações de imunogenicidade devem mostrar, em detalhes, por quanto tempo vai durar a resposta imune provocada pela vacina. Os técnicos confirmaram a eficácia de 50,4% da Coronavac, mas não foi possível calcular a taxa por faixa etária, principalmente entre idosos, nem os efeitos em casos graves.

Profissionais de saúde são vacinados no Rio

A Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou na tarde desta terça-feira (19) a vacinação contra o coronavírus para os profissionais do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari (zona norte). Referência da rede para o tratamento da Covid-19, a unidade tem 380 leitos dedicados a pacientes da doença e cerca de 2.640 profissionais da área assistencial. Inicialmente, 231 mil unidades da Coronavac serão destinadas à capital fluminense, que já recebeu 115 mil doses da vacina.

A técnica de enfermagem Izamara Ribeiro Barbosa, de 59 anos, foi a primeira profissional vacinada no hospital Ronaldo Gazolla. Antes de receber a dose, ela disse que o coração já estava a mil por hora, devido à ansiedade: “É muita emoção e felicidade, uma conquista. A espera acabou e a vacina chegou. É vitória”, afirmou Izamara, pedindo a todos que mantenham os cuidados, mesmo com a chegada desse “presente da ciência”, como definiu.

Em seguida, o enfermeiro Ricardo da Silva, que tem 51 anos e trabalha no hospital desde abril, tomou a vacina e não escondeu a alegria e a sensação de alívio. “A palavra que define é esperança. Essa vacina é uma aliada no combate à Covid. Vi muitas vidas serem ceifadas e ajudamos a salvar muitas também. Foi desafiador. Esse momento é bem emocionante”, contou Ricardo

Diretor do Hospital Ronaldo Gazolla, Roberto Rangel comentou que a equipe está feliz com a chegada das ampolas da vacina chinesa Coronavac. “Esperamos concluir a vacinação de quem está na linha de frente do hospital até sexta-feira (22)”.

Primeira pessoa a ser imunizada no Rio, na terça-feira (18), aos pés do Cristo Redentor, a técnica de enfermagem Dulcinéia da Silva Lopes, de 59 anos, é funcionária do Ronaldo Gazolla e atua na linha de frente contra a Covid-19. Nesta terça-feira a profissional teve um dia de fama, concedeu várias entrevistas e foi reconhecida na rua, a caminho do trabalho. A pergunta que mais ouviu foi se a aplicação doeu, o que ela negou.

“Foi uma emoção dupla, porque nunca tinha ido ao Cristo Redentor Eu me emocionei bastante. O meu presente hoje é o futuro da população. Apesar de ter tomado a vacina, não vou relaxar. Continuarei me cuidando”, afirmou.

Na segunda-feira (18), o plano de vacinação contra o coronavírus na capital fluminense foi apresentado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), e pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Os trabalhadores de saúde que atendem pacientes com Covid-19 ou que estão afastados e precisam retornar ao trabalho e os envolvidos na campanha de vacinação são os primeiros imunizados, além de idosos e pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência e os trabalhadores desses estabelecimentos. “Essa vacinação abrange 102 mil trabalhadores, que representam 34% dos profissionais da nossa rede, e ajuda a recompor a força de trabalho nessas unidades”, afirmou Soranz.

As demais fases, voltadas para outros grupos prioritários definidos pelo Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, serão realizadas conforme forem recebidas novas remessas de vacina.

Nesta quarta-feira (20), apesar de ser feriado no Rio em função do dia do padroeiro da cidade, São Sebastião, as equipes das unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) estarão trabalhando para levar a vacina às instituições de longa permanência cadastradas e imunizar seus profissionais. Essas unidades não estarão abertas ao público.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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