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Brasil

Símbolo carioca, Biscoito Globo fecha fábrica por tempo indeterminado

Nesta época do ano, a fábrica costuma vender de 5 a 7 mil saquinhos por dia

Redação Jornal de Brasília

30/04/2020 19h45

A fila de ambulantes que se formava ainda às 5h da manhã em frente a um pequeno prédio na Rua do Senado, no Centro do Rio, por hora não ocorrerá mais. As medidas de isolamento social adotadas na pandemia obrigaram a tradicional fábrica de biscoitos globo a fechar as portas por tempo indeterminado. 

“Nosso carro-chefe é o biscoito vendido nas embalagens de papel, revendido nas ruas e nas praias. Como ninguém sai de casa e a praia está proibida, não temos para onde correr”, justifica Marcelo Ponce, um dos donos do negócio.

Nesta época do ano, a fábrica costuma vender de 5 a 7 mil saquinhos por dia, quantidade que dobra durante a alta temporada, no verão. “Essa crise acabou com a gente”, diz.

No momento não há, em nenhum lugar da cidade, sacos de biscoito globo em papel disponíveis para a compra. A embalagem plástica, no entanto, ainda pode ser encontrada nos grandes revendedores. 

Marcelo explica que alguns pedidos sob demanda ainda estão sendo atendidos.  “Coloco duas ou três pessoas para produzir, mas somente alguns pedidos específicos, que valham a pena. É muito triste isso”.

Por conta da decisão, mais de 40 mil saquinhos de papel serão reciclados porque já tinham a data de validade impressa.

Os biscoitos globo são de grande importância, inclusive cultural, para a cidade do Rio de Janeiro. Em reportagem publicada em 2017 no The New York Times, o jornalista David Segal detonou o biscoito. “Coloque um em sua boca e será como se seus dentes estivessem em uma festa para a qual sua língua não foi convidada”, disse o repórter. 

Mas os cariocas e representantes da culinária ficaram furiosos com a declaração. A chef Roberta Sudbrack disse “Não se mexe com ícones culturais de um povo! Ainda mais os gastronômicos! Tudo é subjetivo! Mas, de Biscoito Globo o nosso afetivo entende! Biscoito Globo We Love It!”, na época. 

O escritor Marcelo Rubens Paiva falou em suas redes sociais que chamar o biscoito de sem graça é “como chamar Gisele Bündchen de baranga”.

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