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Setembro Lilás é o mês de combate ao câncer em animais: saiba como prevenir a doença

No Brasil há cerca de 13 milhões de animais de estimação. Os tumores são as principais causas de morte dos pets. Veja os tratamentos possíveis e dicas

Redação Jornal de Brasília

15/09/2022 11h51

Marcos Nailton
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Neste mês, a campanha do Setembro Lilás é dedicada à conscientização e combate ao câncer em animais. Não é de hoje que a doença virou uma preocupação de toda a família, desta forma, é essencial que tutores de pets fiquem atentos aos sintomas e mantenham hábitos que ajudam a melhorar a saúde e qualidade de vida de seus animais.

A causa visa diminuir os diagnósticos de câncer ressaltando a importância de levar os pets ao médico-veterinário de sua preferência para acompanhar o estado de saúde e identificar possíveis riscos, evitando o desenvolvimento da doença.

No Brasil, há cerca de 139.3 milhões de animais de estimação, dentre eles, 54,2 milhões de cães, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes, 39,8 milhões de aves e mais de 2,3 milhões de outros animais. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET).

O câncer é uma doença multifatorial que se inicia pela multiplicação descontrolada e desordenada de células anormais, e seu desenvolvimento depende de muitos fatores que incluem questões hereditárias, questões hormonais, com a idade e até fatores ambientais. Além disso, hábitos alimentares inadequados, obesidade, falta de exercício físico e exposição demasiada ao sol sem proteção.

“Dentre os fatores cancerígenos mais conhecidos, podemos incluir compostos alimentares como conservantes e corantes, poluição, medicamentos, agentes químicos como agrotóxicos e amianto, e agentes físicos como a radiação”, destaca a médica oncologista e paliativista, Camila Maximiano.

Entre os tipos mais comuns da doença em animais, estão o câncer de pele, como os tumores cutâneos e os tumores hematopoiéticos, como o linfoma. Há também o câncer de mama e de próstata. A leucemia felina, conhecida como Felv, também atinge muitos gatos e o tumor venéreo transmissível é um tipo de câncer comum entre os cães.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o câncer de mama atinge pelo menos 45% das fêmeas caninas. No caso das gatas, a doença atinge pelo menos 30% e cerca de 5% dos casos são diagnosticados como tumores malignos. Ainda segundo a pesquisa, 20% dos diagnósticos são tardios, o que, consequentemente, dificulta o tratamento.

De acordo com a médica-veterinária, Joana Barros, os animais podem apresentar os sintomas mais diversos e depende do tipo de câncer para que o tutor possa perceber algo de errado com o pet. Segundo ela, caso o dono perceba alguma alteração, é necessário que o animal passe por consulta oncológica, para que a oncologista faça exames específicos e determine o plano de tratamento para o caso.

“A grande maioria aparece com alterações na pele ou nódulos “caroços” no corpo do pet. Mas existem tipos de câncer que envolvem células sanguíneas ou são em órgãos internos. Esses muitas vezes só são vistos através de exames, mas podem também dar sinais clínicos a depender do órgão que envolve, por exemplo, um tumor no pulmão, provavelmente vai causar tosses em excesso”, conta a especialista.

A castração até pode diminuir o risco de o animal desenvolver o câncer, Joana ressalta que depende, e que em um estudo recente analisando raças, idades de castração e correlação com aparecimento do câncer, alguns tipos de câncer têm seu risco aumentado quando a castração é feita de forma precoce, como o Osteossarcoma. “Castrar golden retriever, por exemplo, aumenta o risco de causar câncer, então não podemos generalizar”, contou.

Dicas de prevenção

Os motivos pelos quais o câncer animal aparece ainda são, na grande maioria, ocultos. A médica Camila Maximiano destaca que as principais dicas para prevenir que seu pet tenha câncer acabam sendo a promoção de uma alimentação saudável, além de deixar o pet ter contato com a natureza, mantendo a prática de exercício físico, dar comidas naturais e balanceadas, e usar o mínimo de químicos possível, para que ele tenha uma vida longeva e saudável.

“A alimentação tem papel importantíssimo na prevenção do câncer. As rações que são alimento ultraprocessado, com teor elevado de carboidratos, corantes e conservantes, estão no topo da lista dos alimentos mais indicados para prevenir câncer. Assim como o fast food não está para humanos”, ressalta.

Outro fator importante para prevenir, são as consultas regulares e exames de rotina com profissionais. A orientação é que sejam feitas consultas anuais ou semestrais para acompanhar o estado de saúde do bichinho.

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