FOLHAPRESS
O Governo de São Paulo fechou uma parceria com um laboratório ligado à Faculdade de Educação de Harvard para tentar melhorar o aprendizado de português e matemática.
Assinado na última terça-feira (18), o acordo de cooperação técnica prevê o desenvolvimento de projetos e análises, que serão conduzidas por meio do Ella (Education Lab for Latin America), vinculado à universidade americana. A parceria da Seduc-SP (Secretaria de Educação de São Paulo) também tem apoio da Associação Parceiros da Educação, organização do terceiro setor que atua em 740 escolas públicas municipais e estaduais em SP.
De acordo com a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), o trabalho será coordenado por um comitê, que vai organizar a estratégia e as ações. Também estão previstas avaliações de impacto para os projetos desenvolvidos.
A iniciativa, de acordo com a secretaria, se soma a outros esforços na área, como um programa de monitores, e o aumento de carga horária com a inclusão de educação financeira e redação no Currículo Paulista.
Na semana passada, foi finalizada a aplicação do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e, ainda neste mês, o governo diz que vai aplicar as provas do Saresp.
O desempenho de SP no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação) recuou a níveis anteriores à pandemia de covid-19 na última divulgação. SP tinha uma média de 4,3 para o ensino médio em 2019. O indicador subiu para 4,4 em 2021, mas caiu para 4,2 em 2023. O índice vai de zero a 10.
Entenda o Ideb, índice que mede a qualidade da educação no Brasil
A queda em São Paulo, que coincide com o primeiro ano da gestão Tarcísio, vai na contramão da recuperação registrada pela média nacional para essa etapa, que teve ligeira alta em relação aos níveis de aprendizagem pré-pandemia.
A média das redes estaduais de ensino do país foi de 3,9 em 2019 e 2021. Em 2023, houve ligeiro crescimento para 4,1.
Reportagem da Folha mostrou que governo Tarcísio também pretende usar o Provão Paulista para avaliar as escolas de São Paulo e até mesmo penalizar diretores, afastando-os dos cargos sob o argumento de não terem melhorado o resultado das unidades em que trabalham. As informações são de um estudo feito pela Repu (Rede Escola Pública e Universidade), que reúne pesquisadores de diversas universidades.
A Seduc (Secretaria Estadual de Educação) disse que segue “referências consistentes e tecnicamente validadas para o acompanhamento do desempenho do estudante” e afirmou que nenhum profissional é afastado apenas pela análise dos resultados de avaliações externas.