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Proporção de famílias endividadas atinge recorde de 71,4% em julho, diz CNC

Em relação a julho de 2020, houve alta de 4,0 p.p., maior variação nessa base de comparação desde dezembro de 2019

Redação Jornal de Brasília

05/08/2021 13h54

Foto: Agência Brasil

A proporção de famílias com dívidas no País alcançou em julho 71,4% do total de entrevistados na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alta de 1,7 ponto porcentual (p.p.) em relação a junho, renovando o recorde da série histórica. Em relação a julho de 2020, houve alta de 4,0 p.p., maior variação nessa base de comparação desde dezembro de 2019.

O crescimento do endividamento, em meio à inflação pressionada e ao mercado de trabalho fragilizado, preocupa a CNC, principalmente porque houve aumento da inadimplência na Peic de julho.

O total de brasileiros com dívidas ou contas em atraso aumentou pelo terceiro mês seguido, alcançando 25,6% das famílias – 0,5 p p. acima de junho, mas 0,7 p.p. abaixo de julho de 2020.

A parcela dos consumidores que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, o que sinaliza para continuidade da inadimplência, passou de 10,8% em junho para 10,9% em julho, 1,1 p.p. abaixo do nível registrado em igual mês de 2020.

“O tempo de atraso no pagamento das dívidas também vem crescendo, reflexo das dificuldades enfrentadas pelas famílias na faixa de menor renda, em especial, para quitarem seus compromissos financeiros em dia”, diz a nota divulgada nesta quinta-feira pela CNC.

De acordo com a CNC, o aumento no número de endividados em julho ocorreu nas duas faixas de renda investigadas na Peic, mas a proporção de famílias endividadas chamou mais atenção no grupo que recebe até dez salários mínimos, com avanço de 70,7% em junho para 72,6% agora – recorde da série histórica.

No agregado, o cartão de crédito se manteve como principal forma de endividamento. A proporção de endividados no cartão de crédito também renovou a máxima da série histórica, chegando a 82,7%. “Este meio de pagamento é o mais difundido pelas facilidades de uso, mas é também o que oferece o maior custo ao usuário, sobretudo quando se torna crédito rotativo”, diz a CNC

A entidade demonstrou preocupação também com o ciclo de elevação dos juros, após o Banco Central (BC) aumentar a taxa básica Selic de 4,25% ao ano para 5,25% ao ano, em decisão anunciada na quarta-feira, 4.

“O aumento dos juros em curso no País encarece as dívidas, principalmente na modalidade mais buscada pelos endividados hoje, que é o cartão de crédito”, alerta a nota da CNC.

Estadão Conteúdo

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