SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)
A Polícia Federal prendeu no Pará uma mulher suspeita de gravar vídeos torturando e matando animais. O conteúdo, que incluía material com conotação sexual, seria vendido a estrangeiros em plataformas.
Apuração foi iniciada após o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal fazer uma denúncia às autoridades brasileiras. Eles foram informados do caso por uma ONG de proteção animal da Bulgária.
O conteúdo, gravado no Brasil, era comercializado na deep e dark web. Entre os animais agredidos estavam gatos, coelhos, pintinhos, porquinhos-da-índia e codornas, informou o Fórum Nacional.
PF fez operação no sábado (22) para desarticular o esquema criminoso. Segundo a corporação, o grupo produzia, comercializava e compartilhava vídeos de “extrema violência” com maus-tratos, tortura e mortes de animais, incluindo práticas de conotação sexual.
No total, foi cumprido um mandado de prisão preventiva (por tempo indeterminado) e dois de busca e apreensão contra os principais investigados. Durante a prisão da mulher, não foram encontrados animais no local. A dupla é investigada por suspeita de praticar crimes ambientais, associação criminosa e exploração cruel de animais para fins comerciais.
Investigação indicou que a rede internacional era estruturada e funcionava em plataformas de troca de mensagens, reunindo participantes de diversos países. O conteúdo era produzido com objetivo financeiro e sexuais. A diretora jurídica do Fórum Animal, Ana Paula de Vasconcelos, disse ao jornal O Globo que os vídeos seriam comprados por pessoas com fetiches nessas ações criminosas: “O material era muito chocante. Todos os animais foram mortos por esmagamento”, acrescentou.
Ao menos 32 animais foram vítimas dos crimes, de acordo com a PF. Os investigadores que analisaram o material afirmaram que o conteúdo demonstra “práticas de crueldade extrema e sofrimento prolongado” aos animais com objetivo de abastecer o esquema criminoso.
Diligências prosseguem para identificar e responsabilizar todos os suspeitos. A polícia também analisa os materiais apreendidos na operação.
Como o nome da mulher presa não foi divulgado, a reportagem não conseguiu entrar em contato para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.