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Brasil

PF cumpre mandado de busca contra suspeita de fraude no Enem

Segundo a PF, foram adotadas medidas imediatas de preservação, incluindo o resguardo do conteúdo veiculado em redes sociais

Redação Jornal de Brasília

23/11/2025 13h13

prédio da polícia federal

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Operação da PF (Polícia Federal) deflagrada neste domingo (23) cumpre mandado de busca e apreensão no Ceará para apurar suspeita de vazamento de conteúdos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2025, que tem levado estudantes a pedir a anulação da prova.

A PF afirma que a investigação começou depois de o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), vinculado ao Ministério da Educação, “detectar a publicação de vídeo em plataforma digital contendo questões com similaridade substancial àquelas aplicadas na prova oficial”.

O conteúdo foi divulgado antes da data prevista para o exame.

“A atuação da Polícia Federal visa esclarecer os fatos, apurar possíveis ilícitos, identificar os responsáveis pela obtenção dos dados e divulgação indevida, bem como possíveis conexões com outros delitos”, diz a PF em nota.

A suspeita de vazamento de conteúdo é também questionada por estudantes, e manifestações realizadas neste sábado (22) levou às ruas alunos de capitais brasileiras para pedir a anulação do Enem.

Protestos foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Manaus, segundo organizadores.

Os questionamentos sobre a integridade do exame surgiram porque, dias antes das provas de matemática e ciências da natureza, no último domingo (16), um universitário exibiu pela internet questões muito parecidas às efetivamente aplicadas.

O Inep chegou a anular três questões ante a suspeita de vazamento. Na sexta (21), o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o Enem não será anulado.

“Eu queria aqui tranquilizar a cada um de vocês que fizeram a prova, a cada um de seus familiares, que o Enem não será cancelado”, afirmou Santana, em vídeo publicado em uma rede social.

“[Sobre] o ruído que aconteceu nas redes sociais de uma live de um aluno, de um jovem que divulgou questões que podiam ser similares às que caíram no Enem, a comissão do Inep, que é responsável pelo Enem, tomou a decisão técnica de cancelar, anular, três itens com um único objetivo: de prevenção e isonomia e para não prejudicar nenhum aluno que fez o Enem neste ano”, completou o ministro.

Camilo se referia a uma transmissão ao vivo realizada antes do segundo dia do exame pelo estudante de medicina Edcley Teixeira. Ele mostrou ao menos cinco questões muito semelhantes às da prova de 2025.

O ministro também reiterou que a Polícia Federal também já havia instaurado procedimento para analisar a possível divulgação indevida de questões desta edição da prova —apuração que levou ao mandado de busca cumprido neste domingo.

Segundo a PF, foram adotadas medidas imediatas de preservação, incluindo o resguardo do conteúdo veiculado em redes sociais e o acionamento das plataformas digitais para a preservação dos registros técnicos necessários às apurações.

No vídeo, que ganhou popularidade na última segunda-feira (17), um dia após as provas, o estudante de medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará) apresentava suas principais apostas para o exame.

Após o episódio, o Inep divulgou um comunicado reafirmando “isonomia, lisura e validade” do Enem 2025. O órgão disse que “nenhuma questão foi apresentada tal qual” na prova e que as semelhanças identificadas foram “pontuais”.

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