O técnico da seleção brasileira feminina de basquete, Paulo Bassul, voltou do Torneio Pré-olímpico das Américas feliz pela atuação defensiva da equipe. Medalha de bronze na competição, o Brasil só não agradou completamente ao treinador no ataque. “Tivemos a melhor defesa da competição”, diz satisfeito. “Mas um ponto a ser muito melhorado é a parte ofensiva”, avalia.
Adepto da defesa forte e agressiva para dar espaço a um ataque estruturado, Bassul sentiu falta de certo senso de oportunidade e manha ofensiva. “Taticamente, a equipe está em um bom caminho para fazer um jogo com inteligência e bem armado. Ainda não fizemos isso lá e este é um ponto a ser muito melhorado”, explica o técnico, que não deseja ver o grupo engessado em um estilo único.
“Não sou adepto nem da velocidade nem daquele jogo todo cadenciado como o europeu. Prego utilizar as duas possibilidades de acordo com as oportunidades do jogo”. Analisando o resultado geral, Bassul considera que a equipe apresentou altos e baixos normais, considerando a fase de transição que atravessa (somente quatro atletas integraram a seleção no último Mundial). “O grupo sobreviveu bem a isso, manteve o foco e fez um bom fechamento não se deixando abater pela derrota para Cuba”.
O duelo com as cubanas, aliás, foi o único a provocar ressalvas na atuação defensiva do time. “Tivemos a melhor defesa da competição. O único que não fomos bem foi o terceiro quarto contra Cuba, qe acabou sendo mortal”.
Mas mesmo o tropeço trouxe coisas positivas para o time, segundo ele. “Por mais que seja indigesta, porque ninguém gosta de perder, a derrota veio em um momento positivo, quando estamos em formação e não perdemos nada porque conseguimos a classificação para o Pré-olímpico Mundial”.
Depois do chacoalhão com a derrota, ele viu suas jogadores entrarem em um processo de autocrítica, que só fez bem ao time. A postura da ala Iziane, por exemplo, foi destacada como positiva pelo treinador. “Gostei muito do que a Iziane falou e acho até que ela foi injusta com ela mesma. Ninguém ganha ou perde sozinha. Com certeza houve falhas de precipitação, mas todo mundo falhou, inclusive eu”.
O que o deixou mais satisfeito foi ver a integração das atletas ao projeto comum da classificação. “É muito bom ver a equipe desarmada na parte de ego”, elogia. “Pensando assim, a derrota foi positiva para todos fazermos uma avaliação e corrigir o necessário”.
O objetivo é chegar à repescagem mundial, em junho, seguro de obter uma das cinco vagas em disputa para Pequim. Para isso, Bassul já comemora a possibilidade de contar com peças que não estiveram presentes no Chile como a armadora Adrianinha e as pivôs Érika e Kelly. “Vamos ter reforços que mudam bastante a equipe”, diz. “Vamos ter ajustes em termos de jogadoras. Há algumas possibilidades de alteração e vamos fazer análises bem seguras após a competição, o que é normal. Precisamos ver quem está correspondendo”.