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Brasil

Motoristas de ônibus anunciam nova greve em SP para esta quarta (29)

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a classificar a greve do último dia 14 como abusiva e irresponsável

FolhaPress

28/06/2022 17h49

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Fábio Pescarini
São Paulo, SP

Duas semanas depois de pararem parte do transporte coletivo na cidade de São Paulo, motoristas e cobradores de ônibus anunciam nova paralisação para a meia-noite desta terça (28). A categoria reivindica hora de almoço remunerada e pagamento de Plano de Lucros e Resultados (PLR).

A greve foi aprovada durante assembleia comandada nesta tarde pelo SindMotoristas, o sindicato da categoria.

“Se as empresas fizeram o pagamento adiamos a greve hoje [terça] ainda”, afirmou Valdevan de Jesus, o Noventa, presidente licenciado do sindicato à TV Band, confirmando a paralisação desta quarta.

No último dia 14, motoristas e cobradores paralisaram por cerca de 16 horas os ônibus estruturais, que são aqueles que ligam bairros aos grandes corredores e região central. Ao todo, 6.500 veículos de 713 linhas deixaram de circular, afetando 1,5 milhão de pessoas, segundo SPTrans, estatal ligada à prefeitura que administra o transporte coletivo municipal.

A greve só foi suspensa após a categoria conseguir reajuste de 12,47% de reajuste nos salários, retroativos a maio.

A decisão do representante das empresas foi tomada depois que o Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT) se manifestou dizendo que a greve era legal, mas fez uma ressalva no final quanto à obediência da liminar concedida pela Justiça do Trabalho, no último dia 31, na qual determina a manutenção de 80% da frota.

“Com o reajuste garantido, debateremos outras questões que ainda estão pendentes como o fim do horário de almoço não remunerado, PLR e o pagamento de 100% das horas extras. Tais assuntos deverão ser debatidos em até cinco dias úteis”, afirmou o presidente Valmir Santana da Paz, o Sorriso, pouco depois da reunião que consolidou o acordo.

Em nota, a SUPUrbanuss, o sindicato da categoria, disse que mais uma vez lamenta o movimento, “com terríveis consequências para a população de São Paulo”.

“Além disso, consideramos, também, uma ameaça ao próprio Poder Judiciário, que tem se mostrado sereno e compreensivo, ante uma negociação tão difícil”. diz.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a classificar a greve do último dia 14 como abusiva e irresponsável, o que foi rebatido pelo SindMotoristas.

O reajuste, segundo afirmou o prefeito, impacta diretamente no subsídio pago pela prefeitura. No ano passado, o valor gasto foi de R$ 3,3 bilhões, mas Nunes admite que vai subir, principalmente porque o município não reajusta a passagem desde janeiro de 2020 –atualmente o preço está em R$ 4,40 e a SPTrans calcula, que sem aumento no subsídio, o valor teria de subir para cerca de R$ 7,40.

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