Mosley diz que dica de e-mail entre pilotos veio de Ecclestone

O presidente da FIA, Max Mosley, afirmou nesta terça-feira em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport que só descobriu a famosa troca de e-mails entre Fernando Alonso e Pedro de la Rosa, pilotos titular e de testes da McLaren, respectivamente, após uma conversa com Bernie Ecclestone, homem que comanda a Fórmula 1.

Segundo Mosley, Ecclestone teria alertado-lhe sobre o conteúdo da correspondência, a qual não achava que havia algum dado incriminatório inicialmente. No entanto, esta acabou sendo a maior prova de que a McLaren possuia em mãos dados da Ferrari, o que outrora havia sido negado por Ron Dennis, chefe da equipe inglesa, que afirmava que Mike Coughlan – projetista que recebeu o dossiê do time italiano – não havia repassado as informações a outros membros.

“Sim, ele (Ecclestone) falou comigo e me disse que eles estavam acertando o carro”, afirmou Mosley, acabando com o mistério que pairava sobre o modo como descobrira o conteúdo do e-mail. “Não sei quem deu aquilo a ele, mas tenho uma suspeita”, continou o presidente da FIA, sem dizer quem seria a tal fonte.

Mesmo que o e-mail não tivesse sido descoberto, a McLaren provavelmente seria punida, segundo Mosley. “De uma maneira diferente, a McLaren não ficaria impune. A equipe também provavelmente seria excluída por dois anos e os pilotos teriam seus pontos zerados, mas a multa não teria sido tão alta”, disse.

O dirigente, no entanto, afirma não acreditar que o caso tenha chegado ao fim. Segundo ele, talvez na esfera esportiva o caso esteja encerrado, mas não na criminal e civil. Para ele, há coisas a serem explicadas ainda. “Ainda há alguns grandes mistérios: estava (Nigel) Stepney (ex-engenheiro da Ferrari) passando informações de graça? Isso é muito improvável. Então, quem o pagou?”, questionou Mosley, lembrando que há processos correndo na Itália e Inglaterra sobre o episódio.