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Brasil

Ministério Público do Amazonas pede que Justiça decrete lockdown em Manaus

Objetivo é atingir taxa de isolamento social equivalente a 70% na capital amazonense. Órgão também pede que as forças de segurança pública e a Guarda Municipal ajudem no controle de cumprimento das medidas

Redação Jornal de Brasília

06/05/2020 9h43

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) entrou nesta terça-feira, 5, com uma ação na Justiça pedindo que os governos do estado do Amazonas e do município de Manaus implementem um “lockdown” na capital amazonense pelo prazo inicial de dez dias. O objetivo é conter os efeitos do novo coronavírus no sistema de saúde do estado, que até o momento já registrou 8.109 casos confirmados da covid-19 e 649 óbitos pela doença.

Na ação, o MPAM alerta que a restrição total de circulação pode ser prorrogada ao final do prazo inicial e o objetivo é atingir taxa de isolamento social equivalente a 70% na capital amazonense. O órgão também pede que as forças de segurança pública e a Guarda Municipal ajudem no controle de cumprimento das medidas, que incluem o fechamento de espaços públicos, estabelecimentos não-essenciais, proibição de eventos e uso obrigatório de máscara.

“O Ministério Público do Estado do Amazonas entende que o lockdown é a única forma que nós temos, hoje, de achatar essa curva da covid-19 em Manaus. A ascendência dessa curva é incontestável”, afirmou a Procuradora-Geral de Justiça, Leda Mara Nascimento Albuquerque. No texto da ação, ela afirma que a medida se faz “necessária e urgente” para manter o isolamento social das pessoas “que ainda não se conscientizaram da gravidade do momento que nós estamos vivendo”.

De acordo com o Ministério Público, as medidas devem vigorar até que a taxa mínima de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria em Manaus estejam na margem mínima de 40%. Com 1.438 pessoas internadas nas redes pública e privada, entre infecções suspeitas e confirmadas, esse número já chegava a 89% na sexta-feira, 1º.

Na última semana, o lockdown já foi decretado em dez municípios do Pará e outros quatro da região metropolitana de São Luís, capital do Maranhão. Na segunda-feira, 4, o governo de Pernambuco também pediu ajuda ao Exército e enviou a proposta de restrição total da circulação no estado à Assembleia Legislativa.

Na terça-feira, 5, Manaus já registrava 4.804 casos da covid-19 e 459 mortes pela doença, o equivalente a 70,7% de todos os óbitos do Amazonas. Dentre as medidas propostas pelo MPAM, estão as seguintes:

  • Fechamento de estabelecimentos que exercem atividades não essenciais;
  • Estipulação de limitação máxima de pessoas nos espaços de atividades essenciais, com fiscalização constante;
  • Emissão de avisos sonoros com orientação comportamental aos frequentadores;
  • Higienização com a periodicidade necessária para resguardar a saúde dos cidadãos;
    Disponibilização de álcool em gel;
  • Uso obrigatório de máscaras por funcionários e frequentadores dos locais, tais como supermercados, farmácias de manipulação e drogarias, entre outros;
  • Acesso proibido a espaços de lazer de uso público, como praças, balneários, calçadões, complexos esportivos, espaços de convivência e outros afins;
  • Proibição de eventos esportivos, religiosos, circos, casas de festas, feiras, carreatas, passeatas, eventos científicos e afins;
  • Regulamentação da lotação máxima de pessoas nos espaços que prestam serviços privados essenciais;
  • Limitação à circulação de pessoas e de veículos particulares nas ruas de Manaus;
  • Uso obrigatório de máscaras em locais de acesso público.

Estadão Conteúdo

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