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Brasil

Minas Gerais volta a sofrer com estragos causados pelas chuvas

Segundo a Defesa Civil, cerca de 50 famílias estão desabrigadas e outras 612, desalojadas

FolhaPress

15/02/2022 20h22

Foto: Reprodução/Gil Leonardi

O estado de Minas Gerais voltou a sofrer com os impactos das chuvas. Em janeiro, grande parte da região recebeu grande volume de chuvas, causando inundações, deslizamentos de terras, interdição de rodovias e mortes. A região metropolitana de Belo Horizonte, o oeste do estado, a Zona da Mata e a central mineira são as regiões que haviam registrado alto índice de precipitações no último mês e voltaram a sofrer com os temporais dos últimos dias.

A cidade de Cataguases, na zona da mata, enfrenta a segunda cheia dos rios Pomba e Meia Pataca neste ano. Segundo a Defesa Civil, cerca de 50 famílias estão desabrigadas e outras 612, desalojadas.

As chuvas dos últimos dias provocaram alagamentos em diversos pontos do município, principalmente no distrito de Sereno e na comunidade de Sereninho.

Uma mulher de 52 anos morreu no domingo (13), após ter seu carro arrastado pela correnteza e preso entre árvores.

Ela estava sozinha e seguia por uma estrada vicinal próximo ao distrito de Sereno. O veículo foi arrastado pela água enquanto ela tentava atravessar uma ponte.

Na capital mineira também chove acima do esperado neste mês. De acordo com a Defesa Civil, todas as regionais de Belo Horizonte já ultrapassaram a média climatológica de todo o mês de fevereiro em apenas 15 dias. A região de Venda Nova registra o maior volume de chuvas, chegando a 220% da média do mês.

Em Mateus Leme, na região da Grande BH, um temporal mais concentrado, que teve início durante a madrugada desta terça-feira (15), não provocou mortes, feridos ou desabrigados, mas resultou em moradores ilhados no bairro Central e também em alguns distritos.

Em Azurita, localidade a cerca de quatro quilômetros de Mateus Leme, a ponte que leva o mesmo nome do distrito cedeu nesta terça-feira (15), informou a assessoria de imprensa da cidade.

No distrito de Serra Azul, também em Mateus Leme, enchentes isolaram os moradores dos bairros Areia Preta e Caxambu. Por telefone, a prefeitura informou que, da véspera de Natal até hoje, em apenas dez dias não foram registradas chuvas, e que monitora outras três pontes.

Segundo o Inmet, as fortes chuvas são influenciadas pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), quando uma massa de umidade se concentra em uma região sem conseguir se dissipar. O mesmo fenômeno provocou alto volume de chuvas na Bahia em dezembro e em Minas em janeiro.

Ao longo deste período chuvoso, o fenômeno climático La Niña faz com que a ZCAS seja mais intensa do que normalmente ocorre, causando níveis de chuva acima da média.

De acordo com o instituto, até quinta-feira (17) ainda deve continuar chovendo forte na Zona da Mata e na região metropolitana da capital mineira. Também devem registrar altos índices de chuva o Vale do Aço e o Vale do Rio Doce.

Assim como o Inmet, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) também monitora o território de Minas Gerais. O órgão publicou comunicado em que considera como “alta” a possibilidade de ocorrências de eventos hidrológicos nas mesorregiões Norte e Zona da Mata, devido aos acumulados preexistentes, que aumentaram a umidade do solo e à previsão meteorológica de continuidade da chuva.

Já nas regiões do Vale do Rio Doce, metropolitana de Belo Horizonte e Campo das Vertentes, o risco de ocorrências hidrológicas é classificado como moderado.

Desde o início do período chuvoso, em 1º de outubro de 2021, Minas Gerais registrou 422 municípios em situação de emergência. O número de mortos em decorrência do período de chuvas já chega a 26. Destas mortes, 20 ocorreram nos primeiros meses de 2022. Em todo o período chuvoso foram registrados 9.018 casos de pessoas desabrigadas e 55.229 desalojadas.

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