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Brasil

Mãe de Henry não foi ameaçada pelo padrasto, afirma delegado

Monique Medeiros se sentiu à vontade durante os depoimentos em que mentiu para encobrir o vereador Dr. Jairinho, de acordo com os investigadores

Willian Matos

08/04/2021 12h40

O delegado Henrique Damasceno, que cuida do Caso Henry, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (8) que a mãe do garoto, Monique Medeiros, não foi ameaçada pelo companheiro, o vereador Dr. Jairinho. Monique mentiu durante o primeiro depoimento para encobrir o namorado, mas ele não teria a ameaçado para isso.

Perguntado se Monique teria sido ameaçada, o delegado declarou: “Com bastante sinceridade, não foi isso que eu percebi”. Disse também que se imaginasse que a mãe estaria sendo coagida, “jamais teria pedido a prisão dela”.

Damasceno ressaltou que Monique depôs por mais de quatro horas após a morte de Henry, no dia 8 de março, e se mostrou à vontade durante o depoimento. Ela mentiu, tentando sustentar a versão de que o filho teria caído e se lesionado sozinho. Mesmo assim, não demonstrou alteração ao depor.

“Ela conseguiu prestar um depoimento por mais de quatro horas e apresentar uma versão fantasiosa protegendo o assassino do próprio filho”, declarou o delegado.

Prints confirmam rotina de agressões

Conversas recuperadas entre a babá e a mãe de Henry Medeiros mostram que o vereador Dr. Jairinho agredia a criança. Em prints captados pela polícia, a babá diz à Monique que Henry contou as agressões.

A Polícia Civil reuniu prints das conversas entre a babá e a mãe de Henry. “Em uma conversa entre babá e mãe, a babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou”, revelou o delegado Henrique Damasceno.

A babá disse ainda que, ao tentar banho em Henry, o garoto não deixou que ela lavasse a cabeça por conta das lesões causadas pelo padrasto. A babá também contou à mãe que as agressões eram sempre no quarto do casal.

Para o delegado, as provas são “muito fortes e muito convincentes” de que o vereador agredia Henry e que a mãe era conivente com o crime.

Noite da morte

Damasceno relata ainda que, no dia 8 de março, data da morte do garoto, ele foi entregue pelo pai por volta de 19h30 e foi dormir mais tarde, sem maiores problemas. Porém, uma hora depois, apareceu morto.

“A mãe deu banho no menino. Ele não se queixou. Ele não apresentava qualquer lesão, queixa ou desconforto”, comentou o delegado. “Existe uma foto que foi daquele dia, pouco antes do menino dormir, em que ele estava, inclusive, sorrindo, demonstrando que havia uma higidez completa, que ele estava saudável. Em um intervalo curto de horas, o Henry já chegou morto no hospital na Barra da Tijuca. Nós saímos de um estado de higidez absoluta para um estado de óbito”, prosseguiu. “E quem estava com ele naquele momento, nesse intervalo, era exatamente a mãe e o padrasto.”

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