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Brasil

Loja no Guará entra para o espaço de cafés e presentes

Depois de passar por dois lockdowns, o negócio colaborativo segue tentando deixar sua marca na região como um espaço de convivência

Redação Jornal de Brasília

09/11/2021 19h04

Foto: Raquel Filippi

Amanda Karolyne
[email protected]

Colocando o Guará no mapa dos espaços colaborativos e ainda, no mapa dos cafés de Brasília, a Baka Colaborativa está aberta desde março de 2020. Na loja, as colaboradoras representam 90% do empreendedorismo exposto. Mas nem no pior cenário imaginado pelo casal Raquel Filippi, 30, e Thel Praça, 34, os proprietários do estabelecimento, adivinhariam que 15 dias depois de abrir as portas, seria o começo da pandemia e com ela tudo que não fosse serviço essencial seria fechado temporariamente. Depois de passar por dois lockdowns, o negócio colaborativo segue tentando deixar sua marca na cidade como uma loja de presentes e espaço de convivência.

O nome “Baka” veio, porque eles queriam algo único e diferente para o espaço. “Queria que quando as pessoas pensassem no nosso nome, não associassem a nada mais além da nossa loja”, aponta. O estabelecimento fica em uma casa com um tom chamativo de rosa, em frente ao Guará Shopping, do conjunto T, QE 30. A proprietária comenta que algumas pessoas chegaram a pensar que se tratava de um coworking, e que inicialmente eles até cogitaram essa ideia, mas logo optaram pela ideia de ser uma loja colaborativa. Logo depois, surgiu o Baka Café. “Queremos que a Baka seja um espaço de convivência para toda a família, onde a pessoa vem comprar um presente e tomar um café”, conta.

Sócios e parceiros de Raquel e Thel, Raphael Dutra e Ítalo Soares são os baristas responsáveis pela cafeteria. O café especial servido na casa é o Minelis, café brasiliense premiado como melhor amostra do Centro-Oeste. O cardápio variado, tem opção vegana e um bolo especial de café.

A Baka nasceu como uma loja colaborativa, cujos colaboradores podem alugar um espaço para vender seus produtos. Para alguns deles também serve como ponto de entrega de encomendas, e Raquel afirma que traz tranquilidade para que os empreendedores possam produzir as peças com mais calma, para que tenham outros negócios ou mais tempo com a família. “Sem contar que uma marca ter uma loja física, ela tem mais autonomia e transmite mais profissionalismo, pois tem um espaço físico, mesmo que compartilhado”, frisa.

Na loja são expostos produtos de empreendedores locais, e atualmente está funcionando um estúdio de maquiagem e um consultório com atendimento psicológico. Por lá também já funcionou um estúdio de fotografia. O aluguel dos espaços e salas, funcionam por temporada. E a proprietária frisa que sempre está de olho no que o público quer. “Se você vem aqui e me fala que está a procura de um casaco, eu vou atrás de um colaborador que tenha casacos para expor”, exemplifica. Raquel esclarece que cada espaço é uma loja. “O empreendedor pode vir na Baka fazer ações de venda, mas a gente sempre fala que é imprescindível que a pessoa divulgue para os clientes que estão na Baka, não é só chegar e deixar os produtos expostos sem que o empreendedor faça a sua parte”. Para quem quer alugar um espaço na loja, o aluguel gira em torno de R$ 200 a R$ 300. O empreendedor deixa os produtos para serem vendidos na Baka, com a máquina de cartão do espaço e todos os impostos pagos.

Hoje 90% das pessoas que empreendem na Baka são mulheres. Para Raquel, isso é um privilégio pois, ver mulheres conquistando seus sonhos, sua liberdade e seu dinheiro é muito significativo.

Raquel acredita que o Guará está crescendo e que a Baka só veio colaborar com isso. “Para que a gente saia das asas sul e norte, e venha movimentar a economia do Guará”, destaca. Segundo ela, além disso, o sistema colaborativo está crescendo muito e ganhando cada vez mais mercado no comércio do mundo todo. “Em Brasília a pioneira foi a Endossa, mas temos também a Espaço Markant, Nós Mercado Criativo, Colabora, Égregora, Galeria40, entre outras”, cita. Raquel é formada em publicidade e antes de pensar em ter a Baka, quando precisou de um emprego, foi para a fila da Endossa – franqueada de São Paulo, a maior referência de lojas colaborativas, e esperava ter uma ajuda na renda ao expor algum produto por lá. “Mas é uma fila muito grande, a espera é muita, espero ter um dia uma fila como a da Endossa para expor na Baka”, comenta.

Os planos para o futuro da loja incluem abrir aos domingos para o café da manhã, realizar feiras orgânicas, e abrir o local para eventos de microempreendedores do ramo de alimentação. “Já fizemos um evento aqui, com umas meninas que faziam pizzas. Foi uma noite de música e pizza”, cita. No próximo dia 20, vai ter um bota fora de lingiries na Baka, com saxofone e DJ. E aos poucos, o estabelecimento vai se tornando o espaço de convivência que Raquel planeja.

Ela e o marido, Thel, que é músico, tiveram uma filha de cinco meses, a pequena Rafaela. Além de terem enfrentado dois lockdown’s, Raquel estava grávida enquanto estavam lutando para manter o negócio, e ela confidencia que os dois tiveram covid-19, e que Thel teve de ser internado. “Mas nós seguimos com resiliência tentando driblar todas as dificuldades que essa época tem trazido. Inclusive pensando nos microempreendedores que dependem da renda dos produtos expostos em nosso espaço”, desabafa. “Pegamos o segundo lockdown e mais uma vez conseguimos segurar a barra. Mas não sabemos como a Baka funciona sem esses problemas pois, por sermos uma loja de presentes, que não é item essencial, foi tudo muito difícil e incerto. Até hoje estamos colhendo os frutos disso tudo”, complementa.

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