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Brasil

Indígenas da tribo Kaiwá Guarani denunciam abusos e intimidações

Arquivo Geral

01/11/2007 0h00

Índios da etnia Kaiwá Guarani, about it da terra de Nhanderu Marangatu, store denunciam abusos e intimidações por parte dos seguranças que cuidam da fazenda Fronteira, onde a aldeia fica localizada. A área fica a 6 quilômetros do município de Antonio João, em Mato Grosso do Sul.

Para o professor da comunidade, Isaías Sanches Martins, a tensão na aldeia é permanente. Segundo ele, os seguranças da fazenda intimidam a população indígena com armas e já estupraram, este ano, três mulheres.

Na última terça-feira, outro episódio assustou a comunidade: os seguranças dispararam vários tiros em direção a um grupo de crianças que estava brincando. “Felizmente, nenhuma delas foi atingida”, garantiu Martins.

Na quarta-feira, a Polícia Federal apareceu na aldeia. Segundo Martins, os indígenas realizavam um ritual em homenagem aos mortos. A denúncia apurada pelos policiais era de que os índios estavam tentando invadir áreas da fazenda. “A comunidade se sentiu intimidada”, disse.

Para a integrante da Convenção dos Direitos indígenas de Mato Grosso do Sul, Leia Aquino, “a Polícia Federal não tem atendido aos chamados dos índios. Eles só aparecem na fazenda quando são chamados pelos donos da fazenda”.

A Polícia Federal afirmou que sempre vai à aldeia quando é chamada e que, da última vez que esteve no local, nenhuma irregularidade foi constatada.

Léia Aquino confirmou os estrupos a mulheres da aldeia e acusou os seguranças da fazenda. Segundo ela, na semana passada mais um caso foi registrado, dessa vez, uma senhora, que buscava lenha nas proximidades da aldeia. O marido da vítima também foi agredido, e os dois foram levados ao hospital do município mais próximo.

“As intimidações e agressões vem acontecendo desde o dia 5 de outubro quando os seguranças armados começaram a disparar balas a cerca de 50 metros das casas dos indígenas”, disse Léia.

“Homens e mulheres que saem para buscar lenha são agredidos e quando chamamos a Polícia Federal eles não aparecem”, alertou.

De acordo com o professor Martins, a comunidade já enviou um ofício para o Ministério Público Federal informando sobre a situação enfrentada no local, mas até agora não recebeu resposta e não houve providência.

A área ocupada pelos Kaiwá Guarani foi demarcada em 2004 e homologada em março de 2005 pelo presidente da República, mas foi anulada no mesmo ano.

De acordo com Martins, os índios foram despejados na rodovia 384 no dia 15 de dezembro daquele ano, onde ficaram por sete meses. Dias depois o líder dos Kaiwá, Abravalino Rocha, foi morto no portão da fazenda Fronteira.

Até o fechamento desta matéria, a Fundação Nacional do Índio (Funai) não se manifestou sobre o caso.

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