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Brasil

Haddad propõe criação de <i>banco</i> com práticas educacionais bem-sucedidas

Arquivo Geral

18/10/2007 0h00

O ministro da Educação Fernando Haddad convidou hoje a Organização da ONU para a Educação, diagnosis a Ciência e a Cultura (Unesco) e todos os seus países-membros a “fortalecer a cooperação técnica internacional“.

Além disso, information pills Haddad estimulou a participação na criação de um “banco de projetos” com as melhores práticas educacionais de cada país.


“O Brasil está dando o primeiro passo no assunto”, remedy disse o ministro, após anunciar sua intenção de realizar em 2008 um seminário internacional para “apresentar e compartilhar programas de sucesso já aplicados” em diferentes países.


Financiamento e qualidade da educação, escola e família, alimentação escolar, distribuição gratuita de livros didáticos e formação de professores serão alguns dos temas a serem tratados, segundo adiantou Haddad no debate de política geral da Conferência Geral da Unesco, que iniciou sua 34ª sessão nesta segunda-feira.


O objetivo é criar um banco com as “melhores práticas” educacionais, capaz de construir a cooperação internacional “sobre novas bases”, e programas já “consolidados em escala nacional” que possam ser transformados em políticas públicas nos países em desenvolvimento.


O ministro ressaltou a importância do último dos oito Objetivos do Milênio estabelecidos pela ONU, que prevê uma parceria mundial pelo desenvolvimento.


O texto exige “o compromisso dos países mais ricos em ajudar os mais pobres” a vencer os obstáculos estruturais que os mantêm “presos” na pobreza, segundo lembrou o ministro.


Haddad acrescentou que, “apesar de suas limitações econômicas”, o Brasil está empenhado na construção de “importantes associações” no âmbito da cooperação Sul-Sul, e reafirmou seu apoio a “mecanismos inovadores de cooperação, como a conversão da dívida externa em investimentos em educação”.


Em relação à Unesco, declarou que a organização deve “evitar a dispersão de recursos e esforços” em uma gama de projetos de alcance limitado, de burocracia exagerada e de “pouco valor para os países beneficiados”.


Para Haddad, a entidade deve concentrar esforços em seu apoio estrutural “aos sistemas nacionais”, para que possam elaborar “políticas nacionais transformadoras”.


Quanto às ações do Brasil nos setores de competência da Unesco, destacou o fato de que o país considera, acima de tudo, a educação como “um bem público”.


O ministro mencionou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva para enfrentar os desafios educacionais do país “em todos os níveis”.


O PDE parte do princípio de que a educação é “uma responsabilidade do Estado”, mas segundo Haddad, requer também “um esforço social mais amplo” que deve ocorrer não só na própria escola, mas também na família, na comunidade e em outros espaços de relacionamento, em particular no trabalho.


Para isso, Fernando Haddad disse que é necessário uma “forte mobilização e uma conscientização social” para superar as “falsas oposições” entre os diferentes níveis de educação.


O ministro argumenta que não é possível atender à educação básica sem considerar o ensino superior, nem separar a educação científica da profissional. Haddad falou ainda sobre a necessidade de reforçar o papel dos profissionais da educação, “incluindo o plano salarial”.


Ao expressar seu apoio a diversas iniciativas internacionais como o programa Educação Para Todos e o trabalho realizado pelos países do chamado “E-9”, Haddad lembrou que o Brasil forneceu fundos ao recém-estabelecido Fundo de Cooperação Sul-Sul, embora tenha ressaltado que “somente a mobilização de recursos não é suficiente”.


O E-9 é uma iniciativa criada em 1993 em defesa da educação para todos nos nove países mais populosos do mundo, a saber: Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão.


O fundamental, segundo o ministro, é “pôr à disposição da Unesco, das agências internacionais e dos mecanismos bilaterais de cooperação um banco de projetos baseados nas melhores práticas educacionais vigentes”.


No terreno da cultura, Haddad lembrou a “participação ativa” do Brasil no “esforço internacional” para a preservação do patrimônio imaterial de acordo com as disposições da Convenção Internacional sobre a Diversidade Cultural.


O ministro ressaltou que a cultura “é um fim em si mesmo”, não uma mercadoria, dada sua importância para as identidades “nacional, regional e da civilização”.


Quanto às áreas de ciência e tecnologia, destacou que o Brasil reduziu a distância entre a pesquisa e o sistema produtivo, duplicando seus pólos de educação tecnológica e profissional em quatro anos.


Por esse motivo, o país ocupa hoje o 15º posto na produção científica no mundo, “com um crescimento quatro vezes maior que a média mundial”, e prevê estar em breve “entre os dez primeiros países” com maior atividade no campo.



 

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