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Guardas que atuam na cracolândia tiveram sarna, tuberculose e outras doenças, diz sindicato

O documento aponta que 11 profissionais já foram afastados do trabalho desde fevereiro de 2020 até agora devido a doenças respiratórias e de pele

Redação Jornal de Brasília

25/06/2024 9h54

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O sindicato dos guardas-civis de São Paulo encaminhou um ofício para a prefeitura no qual afirma que agentes que atuam na região da cracolândia, no centro da cidade, ficaram doentes.

O documento aponta que 11 profissionais já foram afastados do trabalho desde fevereiro de 2020 até agora devido a doenças respiratórias e de pele. O ofício foi protocolado no último dia 13 e endereçado à Assessoria de Relações do Trabalho da Secretaria Municipal de Gestão.

O caso mais recente ocorreu no dia 11, com um profissional afastado do trabalho por escabiose -mais conhecida como sarna. Ao menos outros dois guardas já tinham sofrido com a doença em fevereiro.

O sindicato cita ainda três casos de infecção bacteriana. Há duas menções para tuberculose. Uma para pneumonia, bactéria pulmonar, urticária e eritema.

De acordo com o SindGuardas, os agentes públicos adoecidos estão lotados na Iope (Inspetoria de Operações Especiais), responsável pelo patrulhamento na maior concentração de dependentes químicos do centro de São Paulo, atualmente na rua dos Protestantes. A área foi cercada com grades na última semana.

O documento ainda cita outros 17 endereços onde há circulação de usuários divididos nas regiões da Luz, dos Campos Elíseos e da Santa Ifigênia, todas no centro.

O ofício diz que os guardas atuam em turnos de 12 horas no plantão ou por oito horas em diárias especiais, realizando abordagens em usuários e em seus pertences, como caixotes, cobertores, bolsas e sacolas. E que mesmo utilizando equipamentos de proteção individual, eles sofrem exposição a doenças.

O SindGuardas disse ter feito um pedido para a gestão Ricardo Nunes (MDB) sobre a situação. Para o presidente da entidade, Marcio dos Santos, o local expõe os agentes e outros servidores a contaminação por diversas doenças. “Na minha opinião, [é necessário] diminuir o tempo de exposição e estudar novos EPIs, mais eficientes”, disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Gestão confirmou ter recebido neste mês representantes do sindicato e que as demandas da entidade estão sob análise da equipe técnica da coordenadoria.

A reportagem procurou o sindicato dos agentes de saúde e a associação de cabos e soldados da PM sobre possíveis notificações de seus associados de doenças ocasionadas por atuação na cracolândia.

Ambos responderam não ter conhecimento sobre afastamentos.

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