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Brasil

Gil de Ferran deixa a Honda e se diz desapontado por maus resultados

Arquivo Geral

19/10/2007 0h00

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A sensação de não poder fazer tudo o que julgava necessário foi o motivo revelado pelo ex-diretor-esportivo da Honda, Gil de Ferran, para deixar o cargo. Nesta sexta-feira, ele esteve no autódromo de Interlagos, em São Paulo.

”Foi uma decisão difícil, porque não gosto de desistir. Não faz parte da minha personalidade”, confessa o brasileiro, bicampeão da Indy (2000 e 2001). Convidado para o cargo em 2005, ele deixou a equipe no final de julho. “Não estava conseguindo contribuir da maneira que queria e concluí que era hora de procurar outra coisa”.

Ferran reluta ao ser perguntado se deixou o cargo frustrado. “Não sei se usaria a palavra frustado… saí um pouco desapontado por não poder contribuir”.

Para explicar os motivos desta impossibilidade, o ex-piloto parte do elogio para as evasivas. “A equipe tem qualidade, integrantes muito bons, pilotos ótimos que podem lutar por um pódio. Certas partes da equipe funcionam muito bem, mas era uma situação difícil de lidar”.

A Honda protagonizou uma das temporadas mais frustrantes dentro do Mundial deste ano. No inicio da campanha, esperavam-se resultados expressivos, com a possibilidade até de vitórias e briga séria no Mundial de Construtores.

O tempo tratou de minar estas expectativas. Oitava colocada na classificação, com modestíssimos seis pontos, a escuderia pontuou apenas três vezes este ano: com os oitavos lugares na França e na Itália e a quarta colocação na China. Sempre com Jenson Button.

O motivo de tamanha disparidade entre o que se almejava e o que foi conseguido é simples. “Este não é um carro rápido e era difícil de desenvolver, pelo menos enquanto eu estava lá. Agora não tenho mais notícias de primeira mão”, explica Ferran.

Para ele, a temporada foi frustrante. Não apenas para o brasileiro Rubens Barrichello, que não conseguiu marcar nenhum ponto em 2007, mas para todo o time. “É um trabalho muito grande para você voltar para casa sem resultado nenhum”.

Apesar do saldo atual, ele gostou da passagem pela escuderia japonesa. “Foi uma experiência que me enriqueceu bastante. Tive momentos de grande prazer”.

O ponto alto, garante, foi a vitória de Button no GP da Hungria em 2006. O lado pessoal também lucrou com a oportunidade. “Também gostei do relacionamento que tive com integrantes da equipe. Na Fórmula 1, você interage com pessoas de alto nível”.

E foram estes amigos que ele aproveitou para reencontrar em Interlagos hoje. Ferran acompanhou o primeiro treino livre da área próxima a curva do Laranjinha e elogiou o trabalho de recuperação da pista paulista. “Pelo menos olhando ela parece bem menos ondulada”.

O brasileiro não estará presente à disputa do GP brasileiro neste domingo, às 14 horas. “Compromissos de família”, explica. Mas já definiu quem gostaria de ver campeão da temporada. “Estou torcendo por Hamilton. Ele é uma pessoa simpática e um grande piloto”, elogia.

Segundo Ferran, o inglês já despertava sua atenção nos anos 90, quando ainda corria na Fórmula Kart Inglesa. “Quando foi para o automobilismo prestei mais atenção, porque a gente sempre quer ver quem está chegando”.

Entre as principais qualidades de Hamilton, Ferran destaca a maturidade. “Em situações difíceis de alta pressão ele demonstrou calma e frieza. Velocidade está na cara que ele tem. Foi brilhante”.

O futuro do ex-diretor-esportivo segue em aberto. “Estou estudando propostas”, diz. O destino pode ser voltar ao mundo do automobilismo. “Com mais de 25 anos trabalhando com isso acho que seria o natural”.

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