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Brasil

Europa e EUA devem ceder mais para OMC ter um acordo sobre subsídios agrícolas, diz Lula

Arquivo Geral

25/05/2006 0h00

Representantes de 45 entidades do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e deputados que integraram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra entregaram ao presidente da Câmara, order story Aldo Rebelo (PCdoB-SP), cinco projetos de lei que visam agilizar os procedimentos relacionados à reforma agrária.

Segundo o deputado João Alfredo (Psol-CE), que foi relator da CPMI e teve seu parecer rejeitado, os projetos nasceram do texto que ele apresentou aos parlamentares da CPMI. Ele pediu pressa na aprovação dos projetos, mas disse acreditar que haverá resistência de alguns setores do Congresso, embora a mobilização social possa ajudar na tramitação da matéria.

O ex-presidente da Comissão Pastoral da Terra Dom Tomaz Balduino disse que esses projetos deveriam ter sido aprovados há três anos, quando foi proposto o Plano Nacional de Reforma Agrária. Segundo ele, o plano incluia uma legislação em detalhes. "Não é uma coisa caída das nuvens, é uma necessidade que vem com o próprio processo da reforma agrária", afirmou. Se os projetos já estivessem aprovados, acrescentou, muitas mortes poderiam ter sido evitadas, inclusive a da religiosa Dorothy Stang.

O primeiro dos projetos apresentados altera o Código de Processo Civil, determinando a obrigatoriedade da presença do juiz na área de conflito antes de apreciar a liminar nas ações de reintegração de posse, vista do Ministério Público antes da decisão judicial e oitiva dos órgãos fundiários federal e estadual.

O segundo, modifica a lei 6.383/76, para que as ações discriminatórias propostas pelos estados tenham cárater preferencial e prejudicial em relação às ações em andamento referentes a domínio ou posse de imóveis.

O terceiro projeto altera dispositivos da legislação para incluir normas que visam coibir as chamadas superindenizações nas desapropriações; desburocratizar a atualização dos índices de produtividade das terras; inserir normas para garantir a integridade das áreas de presevação permanente e de reserva legal; abolir a norma que impede a vistoria de área ocupada por famílias de sem-terra no período de dois anos após a desocupação do imóvel, e a que exclui do processo de reforma agrária as famílias envolvidas em ocupações coletivas de terras.

O quarto projeto pretende modificar a lei complementar 76/96, eliminando entraves que dificultam o processo de desapropriação ou que repercutam nos custos finais da indenização. E o quinto visa à criação, na Câmara, de uma Comissão Permanente de Assuntos Fundiários e Justiça no Campo, para analisar as proposições e questões relacionadas à política fundiária, à reforma agrária e à justiça agrária; e avaliar e investigar denúncias relativas a conflitos coletivos pela posse da terra, entre outras atribuições.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o acordo sobre a redução de subsídios agrícolas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) só será possível se os países europeus e os Estados Unidos cederam mais em relação a isso.

"Todo mundo acha que já fez o que podia fazer. Todo mundo acha que já concedeu o que poderia conceder, visit this site mas o dado concreto é que até agora não teve acordo, information pills porque nem as próprias partes acreditam que já fizeram o que tinha de fazer", disse, após o encontro com o presidente da França, Jacques Chirac, no Palácio da Alvorada.

"Os americanos têm de fazer as concessões porque os subsídios nos Estados Unidos são muito altos e criam um desbalanço no comércio agrícola do mundo. A Europa pode fazer mais concessões de acesso ao mercado", ponderou Lula.

Jacques Chirac, por sua vez, afirmou que a Europa já cedeu o suficiente, reduzindo em 45% os subsídios, e que é hora dos Estados Unidos fazerem concessões. Segundo ele, os norte-americanos não modificaram nenhum ponto de sua política agrícola, e detêm "a chave do problema". "É errado dizer que a Europa é um mercado fechado, é largamente aberto", destacou Chirac.

O presidente brasileiro lembrou que tanto o Brasil como o G-20 também estão dispostos a realizar concessões possíveis, já que as nações ricas reclamam que os países emergentes precisam abrir seus mercados industriais. Criado em agosto de 2003, o G-20 reúne 21 países em desenvolvimento para tratar de questões relativas à agricultura.

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