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Brasil

Estudantes seguem acampados na reitoria da UFPE contra medidas de expansão universitária

Arquivo Geral

27/10/2007 0h00

Cerca de 100 estudantes acampam, order desde sexta-feira, order com barracas de lona e colchões no prédio da Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), hospital na zona oeste da capital pernambucana.

O protesto é contra a aprovação, pelo Conselho Universitário, do aumento do número de vagas na instituição e de cursos de graduação, previstos no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do Ministério da Educação (MEC). Mobilizações estudantis contrárias ao projeto já ocorreram em outras cinco cidades do País.

Durante o início da manifestação houve troca de agressões entre alunos, seguranças e representantes do Conselho Universitário. O estudante de ciências sociais Thiago Santos chegou a ser detido por desacato a autoridade. Conduzido à Superintendência da Polícia Federal, ele assinou um termo de compromisso e foi liberado.

O universitário Rafael Mendes disse que o movimento estudantil não é contra a expansão universitária nem o aumento de repasse de recursos federais para a instituição, mas justificou que é necessário ampliar as discussões sobre o Reuni. Para o estudante, o programa tem metas que precisam ser esclarecidas. “Por exemplo, o repasse de verbas, que está atrelado ao orçamento do MEC”, comentou.

“O Artigo 3º do documento indica a liberação de R$ 2 bilhões para serem repassados nos próximos cinco anos. Não há possibilidade de esse montante aumentar mesmo com as oscilações da economia – a verba é fixa, ou seja, a universidade terá que ser expandida, melhorar biblioteca, ampliar a contratação de professores com um dinheiro que não vai aumentar. Consideramos que a proposta do governo federal não é sólida e coloca em risco o sistema educacional”, observou.

O reitor Amaro Lins repudiou a forma como os estudantes conduziram a manifestação. Ele alegou que projeto vem sendo debatido desde setembro com toda a universidade por meio dos conselhos departamentais e centros acadêmicos.

Amaro Lins ingressou na Justiça com uma ação de reintegração de posse do imóvel. Com isso, um oficial de Justiça comunicou aos estudantes que eles precisavam desocupar o prédio da Reitoria até o meia-dia de hoje. No entanto, no início da tarde o reitor reuniu o grupo de manifestantes para informar que o batalhão de choque da Polícia Militar não iria retirá-los do local. Disse que eles poderiam permanecer acampados caso se comprometessem a zelar pelo patrimônio público e não interferissem no acesso dos funcionários ao trabalho.

“Não há interesse em provocar distúrbios”, avaliou Lins. “Os estudantes precisam ter mais conhecimento sobre o Reuni e até poderão contribuir na definição de um plano de implantação das ações, a serem executadas entre 2008 a 2012”.

Ficou agendada para a próxima segunda-feira à tarde uma reunião entre uma comissão de estudantes e o reitor.

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