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Brasil

Em pesquisa sobre Covid grave em jovens, Fiocruz analisa cadeia completa de DNA

A Fiocruz está usando DNA para tentar explicar por que pessoas jovens, nenhuma doença crônica desenvolveram casos graves de Covid-19

Redação Jornal de Brasília

07/06/2022 19h38

Foto: Divulgação / AFP

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pernambuco está usando sequenciamento genético para tentar explicar por que pessoas com menos de 60 anos sem nenhuma doença crônica desenvolveram casos graves de Covid-19 que levaram inclusive à morte.

O diferencial do estudo é trabalhar com o sequenciamento completo do DNA. Os dados estão sendo analisados pela instituição.

Segundo a Fiocruz, a maior parte das pesquisas atualmente em curso sequencia apenas 2% do DNA humano. Ao todo, a Fiocruz Pernambuco realizou o sequenciamento do genoma de 207 pacientes, sendo 168 deles jovens que tiveram a Covid em sua forma grave precisando ser encaminhados a unidade de terapia intensiva (UTI) ou, em alguns casos, registrando o óbito. As informações são da Agência Brasil.

Também foi feito o sequenciamento de 39 idosos com comorbidades que tiveram a forma leve da doença, para comparação.

O objetivo é investigar qual chave genética, molécula ou mutação no DNA pode ter levado estes pacientes à morte.

Com os dados é possível saber, por exemplo, se a pessoa que sofreu mutação em determinada molécula tem maiores chances de morrer.

De acordo com a Fiocruz, com essa informação, é possível desenvolver medicamentos que atuem em uma mutação específica.

Covid grave em jovens

Segundo a Fiocruz, foram registrados mais casos graves e mortes devido à Covid-19 entre pessoas idosas vivendo com comorbidades, como diabetes, hipertensão e obesidade.

A ciência ainda não sabe explicar a razão pela qual casos graves da doença ocorreram também em pessoas saudáveis com menos de 60 anos.

As amostras de sangue usadas no estudo desenvolvido pela Fiocruz e parceiros foram coletadas de pacientes de sete estados (Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) entre de agosto de 2020 e agosto de 2021.

A maioria com idade entre 39 e 42 anos. Nenhum dos pacientes envolvidos havia tomado a vacina contra a doença.

O sequenciamento genético já foi concluído e gerou mais de 15 terabytes de dados que agora estão em análise. O material foi processado na Fiocruz Pernambuco.

Ao final do estudo, os sequenciamentos serão, de acordo com a instituição, lançados em bancos de dados internacionais para acesso livre.

A pesquisa está sendo desenvolvida com recursos do edital Inova da Fiocruz e com aporte financeiro dado pela Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da fundação.

Além da Fiocruz Pernambuco, da Fiocruz Bahia e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o projeto envolve mais três instituições: o Hospital Português (PE) e as universidades federais da Bahia e do Vale do São Francisco.

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