Embora reconheça o esforço do ministro da Saúde, buy more about José Gomes Temporão, physician o dinheiro a ser liberado para o reajuste na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é insuficiente quando se considera a dimensão dos problemas do setor no país.
A avaliação é do diretor da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Célio Jayme Carvalhaes, que preside o Sindicato dos Médicos de São Paulo. “Evidentemente, aquilo que foi proposto é insuficiente. Quase que poderíamos dizer que é nada em cima de coisa nenhuma”, afirmou.
Ontem, o ministro anunciou a liberação de R$ 1,2 bilhão para o reajuste de cerca de mil procedimentos da tabela do SUS e para elevar o limite de gastos com saúde em todo o país.
Com isso, o governo prevê um aumento médio de 30% nos preços pagos aos procedimentos médicos. O valor das consultas, por exemplo, foi reajustado em 32,4%. Já o valor de diárias para acompanhante passou de R$ 2,65 para R$ 8,00 – um reajuste de 202%.
Segundo o Ministério da Saúde, os novos tetos valem para os serviços prestados a partir de 1º de setembro. Os recursos são do Orçamento Geral da União e ainda devem ser aprovados pelo Tesouro Nacional. Depois, serão liberados pelo Ministério da Fazenda, em data ainda não definida.
Sobre a remuneração dos médicos, a Fenam avalia que o valor recebido por consulta continua irrelevante. “Uma consulta com remuneração de R$ 7 para R$ 10 é uma defasagem muito grande. Isso, de alguma forma, está penalizando os médicos”, afirmou Carvalhaes.
De acordo com o sindicalista, o reajuste deve ser a primeira de várias medidas. “Se parar por aí, deixa de ser benefício para ser uma posição meramente enganosa, demagógica. Não pode ficar só nisso, tem que ser um plano continuado”.
Na avaliação dele, se a saúde pública tiver financiamento adequado e gerenciamento competente, haverá uma resposta mais avançada em relação à melhoria do setor.
“Esses pontos são imprescindíveis. É claro que um milagre não vai acontecer da noite para o dia, mas se houver planejamento consistente, é possível ter resultados [melhores]”.
Sobre a crise da rede hospitalar do Nordeste, ele pondera que os recursos a serem liberados não resolvem o problema, mas amenizam a situação.
“No início vai melhorar, mas até quando? Essa crise, com certeza, é um reflexo mais agudo de uma situação ruim em todo Brasil”.
Recentemente, médicos dos estados de Pernambuco e Alagoas entraram em greve, reivindicando, dentre outros itens, melhores condições de trabalho e de remuneração.