Menu
Brasil

Defesa de delegada presa com R$ 1,8 mi alega publicidade no Instagram

No pedido de revogação da prisão preventiva, os advogados de Adriana citam como “exemplo da demonstração de licitude do valor apreendido”

FolhaPress

12/05/2022 13h04

Foto: Arquivo pessoal

A defesa da delegada licenciada Adriana Belém, presa na terça-feira (10) em operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio) que investiga uma rede de apoio a jogos de azar, mencionou a publicidade no Instagram como uma das justificativas para o R$ 1,8 milhão em espécie encontrado em sua casa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

No pedido de revogação da prisão preventiva, que ainda não foi analisado pela Justiça, os advogados de Adriana citam como “exemplo da demonstração de licitude do valor apreendido” “uma simples e rápida análise das redes sociais da delegada, atualmente com mais de 160 mil seguidores, também monetizada”.
Outra justificativa usada pela defesa de Belém para o dinheiro foram R$ 350 mil recebidos do distrato da venda de um imóvel.

Os advogados -entre eles Luciana Pires, que também representa o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da rachadinha em seu antigo gabinete como deputado estadual- pedem que a Justiça dê mais tempo para que a delegada possa explicar a origem do montante.

Outro motivo citado pela defesa de Belém para que ela responda ao processo em liberdade foi a pandemia de coronavírus. “A doença possui alta taxa de letalidade em grupos de pacientes vulneráveis, dentre eles idosos, hipertensos, diabéticos, portadores de insuficiência renal e de doenças respiratórias ou doenças que maculam a imunidade, além da população carcerária.”

Os advogados também mencionam o sistema prisional do Rio como “um verdadeiro cemitério de mulheres vivas” e afirmam que “lançar uma delegada neste sistema superlotado é lançar sua integridade física ao bel-prazer da sorte, seja pela insalubridade em si, seja pelo perigo advindo da profissão exercida por anos pela ora requerente, lançando-a ao encontro daquelas que em algum momento da sua ilibada carreira prendeu”.

Adriana foi transferida na quarta-feira (11) para o Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, zona norte do Rio, após passar por exames no IML (Instituto Médico Legal).

A delegada está licenciada da Polícia Civil desde abril do ano passado, quando foi nomeada como assessora na Prefeitura do Rio. Inicialmente, ela teve cargo na Secretaria Especial de Ação Comunitária, mas foi transferida para a Secretaria de Esportes, de onde foi exonerada após a operação do MP-RJ. Seu último salário, em abril, foi de R$ 8.345 líquidos.

Apesar de licenciada da Polícia Civil, ela também recebe salário de R$ 27 mil líquidos da corporação.
Em 2020, Belém chegou a disputar uma vaga na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo PSC, mas não conseguiu ser eleita. Ela obteve 3.500 votos. Na ocasião, ela declarou ter um total de bens de R$ 1.887.515, sendo R$ 180 mil em espécie.

Na relação, constam dois imóveis no valor declarado de R$ 370.821,00 e R$ 750 mil, um veículo de R$ 103.500 e aplicações financeiras.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado