Piloto vice-campeão mundial em 2001, o escocês David Coulthard aposta que o inglês Lewis Hamilton irá sagrar-se campeão mundial no próximo domingo. Para ele, entretanto, qualquer um dos três candidatos será merecedor da taça da atual temporada. O piloto esteve em um clube de golfe na zona sul de São Paulo nesta quarta-feira.
“O Hamilton liderou quase todo o campeonato e precisa apenas dele mesmo para ficar com o título. Apesar de estar dirigindo muito bem, acho que é complicado o Alonso ser tricampeão, porque ele não depende só de uma vitória”, comentou o piloto da Red Bull. “Temos que lembrar que a Ferrari foi muito bem no GP do Brasil do ano passado. Podemos esperar a mesma coisa desta vez. Seria fantástico se um dos pilotos da equipe de Maranello ganhasse, pois a torcida do brasileiro parece com a do italiano. Há muitos cenários com o qual podemos trabalhar”, destacou.
Apesar do palpite, Coulthard não quis declarar torcida para nenhum dos candidatos à taça – além de Hamilton e Alonso, Kimi Raikkonen também pode ser campeão no domingo. “Eu torço por quem é bom e competente em uma bela batalha. Mas qualquer um que ganhar será legal, porque são pilotos excepcionais e cada um deles tem sua própria personalidade. É fantástico ter três caras com chances de título em São Paulo, que possui um excelente circuito, bastante exigente. Acho que toso mundo na categoria está feliz com isso”, emendou.
Questionado se Hamilton é mais sortudo que talentoso, Coulthard foi taxativo. “Ele é talentoso e teve sorte em alguns momentos. Algumas pessoas dizem que ele é sortudo demais, mas ninguém pode comprar sorte”, apontou o piloto, que acredita que o azar afetou os pilotos da Ferrari. “Tanto Felipe como Raikkonen foram azarados, porque os dois fizeram belas corridas, mas algumas vezes o carro quebrou, o que não é normal na Ferrari. Mas a vida e a Fórmula 1 são assim”, opinou.
Na categoria desde 1994, o escocês admitiu que não começou o campeonato como esperava, mas destacou o fato de a Red Bull ter evoluído bastante ao longo da temporada, a qual, independente do resultado de Interlagos, vai terminar à frente de times como a Honda e a Toyota.
“Não começamos a temporada como queríamos porque tivemos muitos problemas com a caixa de câmbio e a parte eletrônica do carro, mas a segunda parte do campeonatofoi boa, com a gente conseguindo pontuar mais”, afirmou. Dos 24 pontos que a Red Bull conseguiu em 2007, 18 vieram nas últimas sete corridas.
Otimista com a melhora, o escocês sonha em ver a Red Bull em 2008 no mesmo nível que a BMW Sauber, atual quarta força da categoria. “Esperamos no ano que vem ser um pouco mais competitivos para poder brigar contra a BMW e até subir ao pódio algumas vezes. Em um cenário de sonho quem sabe até podemos vencer”, brincou.
“É claro que temos que melhorar para o ano que vem, mas podemos dizer que é um consolo ficar à frente da Honda e Toyota, equipes que investem muito dinheiro na Fórmula 1. Temos que ir pouco a pouco. É claro que sonhamos estar junto com a McLaren e Ferrari, mas se fosse fácil, já teríamos conseguido”, continuou.
Sobre o futuro, Coulthard deixou claro que ainda não pensa em aposentadoria. “Tenho mais um ano de contrato com a Red Bull. Será minha 14ª temporada e isso é muito tempo, já tenho até fios de cabelo branco. Mas sou apaixonado por corridas, adoro trabalhar com isso e ainda espero ajudar os pilotos que a Red Bull tem em seu programa de desenvolvimento. Correr é uma grande parte da minha vida”, destacou.