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Brasil

Como as apostas online no Brasil cresceram desde a pandemia 

Jornal de Brasília

29/07/2024 0h01

Atualizada 20/11/2024 12h54

Imagem: reprodução

Desde a sua legalização em 2018, os jogos de azar online no Brasil têm tido uma notável evolução, principalmente graças às apostas esportivas. Considerando as circunstâncias, as tendências pós-pandêmicas parecem ser favoráveis para todos que se beneficiam desse mercado. As previsões mais otimistas colocam o mercado brasileiro à frente de seu equivalente no Reino Unido, o atual líder global, até o final desta década. 

A criação do ambiente legal de apostas esportivas

De acordo com um estudo de 2022 chamado “Future of Online Sports Betting” (“O futuro das apostas esportivas online”) da plataforma Possible Futures, um em cada três adultos interessados ​​em esportes experimentou apostar online, enquanto um em cada quatro o fazia regularmente. Em um país louco por esportes com uma população de 215 milhões de pessoas, o crescimento do jogo online era quase uma garantia.

Consequentemente, a regulamentação das apostas esportivas tornou-se uma prioridade durante o mandato do presidente em exercício, Lula. Sendo que a estrutura legal das apostas esportivas tornou-se mais clara nos últimos meses, dando aos operadores de jogos de azar algumas referências para aumentar a previsibilidade. 

Entre as novas leis aprovadas recentemente, há alguns requisitos essenciais: 

  •  Para operar legalmente no Brasil, as casas de apostas terão de pagar R$ 30 milhões (aproximadamente US$ 5,4 milhões), o que lhes permitirá explorar até três marcas por um período de validade de até cinco anos; 
  • As operadoras e os apostadores são tributados da seguinte forma: as operadoras terão de pagar 12% de sua receita bruta; e os apostadores terão de pagar 15% dos seus ganhos somente quando o lucro for superior a BRL2.824 (£437,77/€508,05/$547,25);
  • Somente são permitidos pagamentos feitos por meio de Pagamento Instantâneo (PIX), Transferência Eletrônica Disponível (TED), cartão de débito ou pré-pago e transferências internas para contas mantidas na mesma instituição são permitidas. Depósitos na forma de cartões de crédito, criptomoedas, dinheiro, boletos de pagamento ou cheques são restritos; 
  • Os apostadores receberão seus pagamentos de apostas vencedoras em até 120 minutos; 
  • As casas de apostas devem criar uma conta virtual para cada jogador para lhe permitir um melhor gerenciamento das suas informações financeiras e de apostas. As contas virtuais exibirão o histórico de apostas do jogador nos 36 meses anteriores, o valor total das apostas abertas e seu saldo financeiro.  

O mercado de apostas online do Brasil compete no cenário mundial 

No momento, a avaliação do mercado de apostas online do Brasil está em torno da marca de R$ 20 bilhões (aproximadamente US$ 4 bilhões), o que o coloca logo atrás dos líderes mundiais. As projeções indicadas pelas tendências de apostas online são ainda mais otimistas. Até ao final de 2028, a expectativa é de atingir R$ 50 bilhões (aproximadamente US$ 9 bilhões), o nível atual do mercado do Reino Unido. 

Andre Gelfi, executivo de uma das líderes mundiais nesse mercado, resumiu perfeitamente o crescimento dos jogos de azar online no Brasil: “Eu diria que o Brasil será, juntamente com o Reino Unido, os Estados Unidos, a Itália e a Austrália, uma das ligas mais importantes desse mercado.” 

O futebol foi o pioneiro

O futebol foi provavelmente o fator mais essencial que impulsionou o crescimento do mercado de apostas esportivas no Brasil. Com um recorde de cinco vezes campeão mundial, o país que deu Pelé, Ronaldo, Romário, Ronaldo e Neymar ao mundo respira futebol. As tendências pós-pandemia são evidentes nesse ambiente. A Série A do Campeonato Brasileiro, assinou recentemente um acordo de três anos, supostamente no valor de R$ 80 milhões (US$ 15,9 milhões) por temporada, como BetBrain observers

E entre os 20 clubes da Série A, 17 têm uma operadora brasileira de apostas online como patrocinadora principal:

  • Flamengo patrocinado pela Pixbet – R$105 million (US$18.75m);
  • Vasco patrocinado pela Betfair – R$70 million (US$12.45);
  • Fluminense patrocinado pela Superbet – R$52 million (US$9.3m); 
  • São Paulo patrocinado pela Superbet – R$52 million (US$9.3m);
  • Botafogo patrocinado pela Parimatch – R$27.5 million (US$4.9m);
  • Cruzeiro patrocinado pela Betfair – R$25 million (US$4.45m); 
  • Grêmio patrocinado pela Esportes da Sorte – R$25 million (US$4.45m); 
  • International patrocinado pela EstrelaBet – R$24 million (US$4.3); 
  • Fortaleza patrocinado pela Novibet – R$20 million (US$3.56m); 
  • Bahia patrocinado pela Esportes da Sorte – R$19 million (US$3.38m); 
  • Atlético-MG patrocinado pela Betano – R$18 million (US$3.2m); 
  • Athletico-PR patrocinado pela Esportes da Sorte – R$16.5 million (US$2.94m); 
  • Juventude patrocinado pela Stake – R$15 million (US$2.67m); 
  • Atlético-GO patrocinado pela Blaze – R$14 million (US$2.49m); 
  • Criciúma patrocinado pela EstrelaBet – R$6 million (US$1.06m); 
  • Bragantino patrocinado pela mrJack.bet – R$5 million (US$895k); 
  • Vitória patrocinado pela Betsat – R$3.6 million (US$643k). 

Sendo que estes valores injetados pelos patrocínios irão ajudar o futebol brasileiro a manter seus ativos mais valiosos por mais tempo, aumentando assim o nível competitivo. Se, nas décadas passadas, os principais clubes tinham que vender a todo custo, agora não é mais o caso.  

Em 2021-22, a avaliação do Brasileirão foi de US$ 1,5 bilhão, mas isso só aumentou desde então. Porém, em comparação com as principais ligas europeias, ainda podemos ver uma diferença, de acordo com os números a seguir: 

  • Premier League (Inglaterra) – US$ 6,85 bilhões; 
  • La Liga (Espanha) – US$ 3,48 bilhões; 
  • Bundesliga (Alemanha) – US$ 3,37 bilhões;
  • Serie A (Itália) – US$ 2,61 bilhões;
  • Ligue 1 (França) – US$ 2,17 bilhões.

No entanto, considerando o crescimento dos jogos de azar online no Brasil e as tendências pós-pandemia, há esperança de que a diferença diminua. E o futebol não será o único beneficiário, mas o povo brasileiro como um todo. 

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