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Brasil

Com notícias científicas, pesquisadores brasileiros buscam presença internacional

Sob o lema “rigor acadêmico, estilo jornalístico”, a página é voltada ao público geral e centra sua estratégia na licença para republicação gratuita

FolhaPress

25/05/2022 19h31

Foto: Reprodução

Ana Carolina Amaral
São Paulo, SP

Um grupo de pesquisadores busca criar a versão brasileira da página de notícias científicas The Conversation, que produz conteúdos em oito países e agora passa a investir em um braço brasileiro, fundado nesta quarta-feira (25).

Sob o lema “rigor acadêmico, estilo jornalístico”, a página é voltada ao público geral e centra sua estratégia na licença para republicação gratuita. Segundo dados da organização, os textos são republicados por cerca de 20 mil sites e jornais, alavancando uma audiência de cerca de 50 milhões de leitores por mês.

“O foco em conteúdos com qualidade acadêmica, mas escritos numa linguagem acessível para o público em geral, também fazem da iniciativa um poderoso instrumento na luta contra a desinformação e o negacionismo aqui e no exterior”, afirma Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência e uma das conselheiras da The Conversation Brasil, ao lado de pesquisadores como João Tude, diretor da escola de administração da Universidade Federal da Bahia, e do advogado Silvio Almeida, presidente do instituto Luiz Gama e colunista do jornal Folha de S.Paulo.

Lá fora, as operações são patrocinadas por universidades e também por instituições filantrópicas, como a fundação Bill e Melinda Gates. Aqui, no entanto, a iniciativa ainda não encontrou investimento para as operações de uma página própria com conteúdo em português.

“Ao entrar em outros países, a iniciativa recebeu apoios financeiros de 5 a 6 universidades, em média. No Brasil, sabemos que as universidades públicas atravessam um momento difícil. Por isso, nossa expectativa é mesmo com as fundações”, afirma o jornalista Daniel Stycer, diretor da The Conversation Brasil.

“Um grande desafio da universidade brasileira é a internacionalização. Hoje, o The Conversation é uma plataforma para isso. Esperamos que as universidades ganhem essa percepção”, afirma Jorge Félix, que preside o braço brasileiro da iniciativa.

Sem o patrocínio das universidades, o grupo deve começar pela ampliação da publicação de artigos de pesquisadores do país na página global da The Conversation.

Uma equipe de jornalistas deve fazer a curadoria dos estudos produzidos pelas universidades brasileiras –USP, Unicamp, UnB, Unesp, UFBA e PUC-SP estão entre as parceiras para a produção de conteúdo. Os temas prioritários para os artigos que devem chegar à plataforma global envolvem cinco temas: democracia, desigualdade social, meio ambiente, saúde e geopolítica.

A ideia de trazer a iniciativa para o Brasil nasceu a partir de um artigo recusado pela versão britânica da The Conversation, conta Félix, que é jornalista e doutor em economia da longevidade pela USP.

“Tentei publicar um artigo sobre o ministério da solidão, criado no Reino Unido, e ouvi da editora que eles procurariam autores britânicos para aquele debate”, narra Félix. “Foi aí que pensei em trazer a proposta para o Brasil e oferecer essa voz aos acadêmicos brasileiros.”

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