Menu
Brasil

Caso Lázaro Barbosa completa um ano, relembre as buscas

Lázaro ficou 20 dias fugindo da polícia e causando medo na população de regiões entre o Distrito Federal e Goiás

Camila Bairros

09/06/2022 10h06

Foto: Divulgação

Há um ano, no dia 9 de junho de 2021, a polícia iniciava as buscas por Lázaro Barbosa, suspeito de matar uma família a tiros na zona rural de Ceilândia-DF naquele mesmo dia. Pai e dois filhos foram achados mortos em casa, e a mãe havia sido levada da propriedade antes de sua fuga.

No dia seguinte, 10, Lázaro invadiu outro sítio na região, fazendo de refém a proprietária e o caseiro da chácara durante três horas. Depois de comer e contar sobre o crime anterior, que já era noticiado na televisão, Lázaro obrigou as vítimas a usarem drogas com ele e depois fugiu, levando celulares, uma jaqueta e 200 reais.

Já no terceiro dia, Lázaro roubou um carro em Ceilândia rumo a Cocalzinho, em Goiás, e chegando lá, abandonou o veículo na BR-070 e ateou fogo para dificultar o reconhecimento. Conhecedor da mata, entrou em áreas de difícil acesso para fugir da polícia, que já havia iniciado uma força-tarefa com mais de 200 agentes da polícia militar, civil, rodoviária federal e bombeiros militares, que se dividiam entre estradas e chácaras da região, buscando também a proteção dos moradores.

O criminoso voltou a invadir propriedades no dia 12, fazendo um caseiro de refém e o obrigando a ingerir bebidas alcóolicas. Enquanto isso, a inteligência da polícia mapeou as ações do criminoso, o que os levou a esconderijos do assassino e, finalmente, os restos mortais de Cleonice, a mãe da família assassinada no primeiro dia, foram achados.

À noite, Lázaro invadiu outra chácara, e dessa vez, as pessoas reagiram e acabaram baleadas. Em nova fuga, o homem levou duas armas do local, e mais tarde, incendiou uma casa e trocou tiros com a polícia antes de conseguir escapar novamente.

Fuga da polícia

No dia 13, Lázaro roubou outro carro e conseguiu dirigir cerca de 30 quilômetros antes de avistar uma barreira montada pela polícia. Então, decidiu deixar o carro e fugir, a pé, para dentro da mata, sempre andando pelos córregos para não deixar rastros, e lá ficou escondido.

Sem comida, o criminoso precisou invadir outra casa no dia 15, quando acabou avistado por viaturas rurais da zona. Uma troca de tiros acabou atingindo, de raspão, um policial militar. Lázaro voltou a ser visto por moradores de Cocalzinho de Goiás no dia seguinte, quando fez novas vítimas de refém. Uma delas, adolescente, conseguiu se esconder debaixo da cama e mandar uma mensagem para a polícia.

Logo depois de enviar a mensagem, a adolescente e outros três reféns foram levados por Lázaro para o mato, e tiveram seus celulares destruídos. Mas o policiamento conseguiu chegar com helicópteros na área, e, mais uma vez, Lázaro deixou as vítimas e fugiu de novo.

Uma nova troca de tiros com a polícia voltou a acontecer no dia 17, antes de adentrar na mata e sumir novamente. Dias depois, descobriram que Lázaro havia criado um perfil falso no Facebook para acompanhar as notícias do caso nesses dias em que ficou desaparecido.

Foram quatro dias sem sinal do criminoso, que segundo a Secretaria de Segurança Pública do Goiás, tentava voltar para o DF. Na época, imaginavam que Lázaro havia recebido ajuda de um fazendeiro e seu caseiro durante a fuga, o que depois acabou sendo desmentido.

População com medo

Os dias passavam e Lázaro ainda estava solto pelas matas da divisa entre o Distrito Federal e o Goiás, invadindo casas e fazendo vários reféns. A população da região que tinha para onde ir, chegou a abandonar suas propriedades, com medo.

A polícia recebia informações de moradores que teriam visto o fugitivo em padarias, matas da zona rural, rodovias e casas que foram arrombadas, mas a fuga acontecia antes dos agentes chegarem aos locais. Cães farejadores também foram chamados para ajudar nas buscas.

Último dia

Já no dia 28 de junho, 20 dias após o início das buscas, a polícia recebeu a denúncia de que ele estava perto da casa da sua ex-sogra, em Águas Lindas, e também foi flagrado por uma câmera de monitoramento da região. Após ser localizado, trocou tiros com policiais militares das Rondas Táticas Ostensivas Metropolitana (Rotam), quando acabou atingido.

Segundo a polícia, Lázaro foi levado ainda com vida no porta-malas de uma viatura direto para a ambulância do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu, e morreu enquanto recebia atendimento médico no hospital.

Um ano depois

Parentes da família assassinada por Lázaro Barbosa ainda no primeiro dia do caso seguem buscando respostas da Justiça para entender o que aconteceu. Na terça (7), o irmaõ da Cleonice, Ivan Rodrigues, foi chamado para audiência na Promotoria de Justiça de Ceilândia, em que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) convocou a Polícia Civil para prestar esclarecimentos.

Segundo o delegado Cleber Martins, de Águas Lindas de Goiás, em razão da morte do suspeito, as investigações sobre os crimes cometidos foram encerradas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado