FOLHAPRESS
Um casal de Mato Grosso foi agredido no sábado (27) com chutes e socos em Porto de Galinhas (PE) após uma divergência com o homem que alugava barraca e cadeiras de praia para os dois turistas. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram parte das agressões.
Procurada, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco afirmou em nota que atua para identificar e responsabilizar os envolvidos.
Johnny Andrade e Cleiton Zanatta contam que foram abordados por um rapaz oferecendo o aluguel de barraca e cadeira logo que chegaram à praia e que combinaram um valor pelo serviço. Mas, no momento de pagar a conta, eles relatam que o preço cobrado pelo homem foi outro.
“Foi quase o dobro. Aí nós questionamos e eu falei que pagaria o valor combinado. Nisso ele passou a mão na cadeira e já jogou em mim. Tentei me defender, me jogaram no chão, e, quando eu me dei conta, eram uns dez, 15, em cima da gente, batendo na gente”, disse Johnny em um vídeo que ele publicou na sua rede social, ao lado do companheiro.
Eles contam que são empresários e escolheram Porto de Galinhas para passar alguns dias de férias. Um dos destinos turísticos mais conhecidos do Nordeste brasileiro, Porto de Galinhas pertence ao município de Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco.
“Tentei pedir ajuda. Todo mundo filmando, mas ninguém nos ajudou”, afirmou ele, que aparece no vídeo com o rosto machucado, com o olho esquerdo inchado.
Cleiton disse que também levou chute nas costas e na cabeça, mas que conseguiu correr e pedir ajuda aos salva-vidas que estavam na região.
“Eles me bateram de todas as formas, com cadeira, socos, pontapés. Mesmo quando a gente subiu no carro dos salva-vidas, as agressões continuaram, jogaram areia na gente. Não fossem os salva-vidas a gente estaria morto. Porque foi um massacre”, continuou Johnny.
O casal afirmou ainda que a cidade não tem estrutura para receber os turistas e que a praia não tinha policial. “Vamos processar todos, prefeitura de Ipojuca, estado de Pernambuco. Foi uma atrocidade e eu espero nunca mais na minha vida pisar neste lugar”, disse Cleiton.
A reportagem não conseguiu contato com a Prefeitura de Ipojuca nesta segunda-feira (29). Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que a situação já estava controlada quando as forças de segurança chegaram ao local.
“A SDS não foi acionada pelo 190, mas, assim que foi informada do fato, as diligências foram imediatamente iniciadas. A apuração do caso é tratada como prioridade, com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos”, disse a pasta.
A investigação de lesão corporal está sob responsabilidade da Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Divisão Especial de Apuração de Homicídios.
A secretaria acrescentou na nota que a Polícia Militar de Pernambuco está atuando “com um esquema reforçado de policiamento ostensivo em Porto de Galinhas com atuação integrada do 18º Batalhão da PM e do Batalhão de Policiamento Turístico”.
Durante entrevista à Rádio Jornal, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), disse que o casal de turistas foi “espancado de maneira brutal por criminosos” e que acompanha de perto a identificação dos envolvidos.
Ela disse que 14 suspeitos de participação na agressão já foram identificados e serão indiciados.
A governadora também pediu desculpas e disse que “a praia é linda e tem um povo acolhedor”. “Porto de Galinhas é um lugar que todo pernambucano tem no coração, o quarto maior destino turístico do Brasil, e o que aconteceu é absolutamente inadmissível”, continuou ela.