Avesso ao assédio da imprensa e do próprio público fora do ambiente da Fórmula 1, o finlandês Kimi Raikkonen sabe que seu tão prezado sossego está ameaçado a partir de agora. O mais novo campeão mundial da categoria terá de lidar com muito mais interesse da mídia e participar de muito mais eventos promocionais do que está acostumado. Famoso por sua frieza nas pistas e mesmo fora delas, ele se permitiu uma pitada de bom-humor para falar da nova situação.
“Acho que tudo isso vai aumentar. Provavelmente, vão escrever muito mais bobagens sobre mim, mas não vou mudar meu jeito de ser por causa disso”. Bem humorado, olhou para o espanhol Fernando Alonso, duas vezes campeão, e sentado a seu lado para pedir socorro. “Talvez tenha que perguntar ao Fernando como lidar com isso. Mas vou viver minha vida como sempre”.
A vitória neste domingo em São Paulo assegurou ao finlandês o título da temporada e garantiu à Ferrari a dobradinha na campanha: campeã entre os Construtores e os Pilotos. “Fiquei muito feliz por conquistar o título, principalmente em meu primeiro ano na Ferrari”, confessou Raikkonen, que tem contrato com a escuderia até 2009.
O título de Raikkonen está sub judice. No fim da noite de domingo, a McLaren entrou com recurso na Federação Internacional de Automobilismo (FIA), pedindo a revisão do resultado do GP do Brasil.
O finlandês venceu a prova com Lewis Hamilton em sétimo e Fernando Alonso em terceiro, o que lhe garantiu o título. A McLaren pediu a punição da Williams, quarta colocada com Nico Rosberg, e da BMW-Sauber, quinta e sexta, respectivamente com Robert Kubica e Nick Heidfeld, porque o combustível em seus carros apresentava temperatura abaixo do permitido pelo regulamento.
As duas equipes foram julgadas após o GP brasileiro, mas não receberam punição. Segundo a comissão técnica da FIA, não havia como comprovar a diferença real entre a temperatura da amostra e do ambiente.