Menu
Brasil

Briga entre alunos interrompe ‘aulão de IA’ promovido por governo de MG e Google no Mineirão

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram os estudantes trocando socos e atirando garrafas de água entre os setores do estádio

Redação Jornal de Brasília

19/11/2025 18h45

1763583731691e26f368d58 1763583731 3x2 lg

Foto: Reprodução

ARTUR BÚRIGO
FOLHAPRESS

Uma aula promovida pelo governo de Minas Gerais e pelo Google na manhã desta quarta-feira (19), no Mineirão, foi interrompida após uma briga generalizada entre alunos da rede estadual de educação que estavam nas arquibancadas. O objetivo do evento era ampliar o conhecimento sobre inteligência artificial.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram os estudantes trocando socos e atirando garrafas de água entre os setores do estádio.

Segundo os primeiros relatos, os confrontos teriam começado após o locutor do estádio ter questionado os alunos sobre quem torcia para os rivais Cruzeiro e Atlético. O secretário de Educação de Minas, Rossieli Soares, minimizou a possibilidade de isso ter gerado a confusão.

“Eu acho que não é essa a questão. Eu já ouvi, e estou falando assim porque a gente ainda está investigando, mas uma das brigas teria ocorrido porque um menino teria mexido com a namorada de outro”, afirmou.

O secretário afirmou que os servidores da pasta estão reunindo imagens do circuito de segurança do estádio e vão ouvir representantes das escolas para apurar o que desencadeou a briga generalizada.

Em nota, a pasta afirmou que a maior parte dos estudantes e professores permaneceu em seus lugares durante o evento e acompanhou a programação.

Disse que o episódio foi “rapidamente controlado” pelas forças de segurança e que os alunos envolvidos receberam atendimento e serão acompanhados pelo núcleo de acolhimento.

O evento foi propagandeado pelo governador Romeu Zema (Novo) como “a maior aula presencial de IA do mundo” e buscava quebrar o recorde de uma escola portuguesa, que reuniu quase 1.700 alunos na Universidade de Lisboa há um ano.

O governo disponibilizou centenas de ônibus para alunos de Belo Horizonte e de outras dez cidades da região metropolitana da capital.

O Google afirmou que lamenta o ocorrido e que após a contenção da briga o treinamento foi oferecido aos estudantes presentes, conforme planejado.

O secretário não informou o número de estudantes lesionados durante a confusão, mas disse que alguns apresentaram quadro de crise de ansiedade.

Ele disse que o contingente de segurança no Mineirão era superior à quantidade de alunos esperada para o evento –cerca de 20 mil– e que teve apoio de policiamento na área externa.

“Temos algumas identificações de redes sociais de gente que planejou fazer algumas coisas. Por exemplo, temos um comentário dizendo ‘vamos entrar jogando garrafas’. Então pode ser que tenha tido algum tipo de incitação, não sei dizer ainda”, afirmou.

A equipe do Guinness World Records iria fazer os cálculos dos estudantes que ficaram até o fim do evento para identificar a quebra da marca portuguesa ou não.


Questionado sobre se haveria uma nova edição do evento para os alunos que precisaram deixar o estádio nesta quarta, Rossieli disse que não há um planejamento de novas atividades desse tipo.

“Essa aula era importante para uma mobilização, para instigar mais jovens a se aprofundarem sobre o tema. Podemos sonhar, mas no planejamento, não é nem pelo que aconteceu ou não, nós não temos nesse momento nenhum planejamento de outras atividades”.

Deputados da oposição reagiram ao episódio e convocaram o secretário a comparecer à Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
Uma denúncia também foi protocolada junto ao Ministério Público.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado