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Brasil

Brasilienses enfrentam problemas, mas seguem lutando na categoria principal

Arquivo Geral

02/08/2006 0h00

Camila Valadares
Enviada a Seabra (BA)

Se para pilotos com experiência em competições nacionais e internacionais a edição 2006 do Rally dos Sertões é apontada como uma das mais difíceis dos 14 anos de provas, imagine para estreantes e competidores que não fazem do automobilismo uma profissão. Este é o caso dos brasilienses. Quando o assunto é resultado, as notícias desanimam. Mas as histórias vividas por eles nas trilhas e cidades do interior do Brasil nos últimos dias renderiam um livro, e compensam todo o sacrifício.

Desde a última quinta-feira, três veículos conduzidos por candangos desbravam os Sertões na categoria Cross Country. Ontem, eles largaram de Barra (BA) e percorreram 372 km para chegar a Seabra (BA). Hoje, o trajeto será de 302 km até Brumado (BA). A partir de agora, a prova entra na contagem regressiva até a chegada, sexta-feira, em Porto Seguro, também na Bahia, depois 3.878 km de estrada.

Entre os brasilienses da categoria principal, Jaier Batista e Eduardo Cubas são estreantes. Deixaram Brasília com discurso de que entrariam para ganhar. Mas, depois de três dias, descobriram que não é nada fácil. Na terceira etapa, entre Palmas (TO) e Alto Parnaíba (MA), o carro começou a dar problemas. "Atolamos e, para piorar, perdi o freio. Sabia que não teria como arrumar durante a etapa. Aproveitamos para ficar horas prestando ajuda aos outros carros que atolaram, mas que poderiam continuar", contou o piloto Jaier Batista. A dupla não conseguiu reboque. A solução foi deitar no asfalto, aproveitar o céu estrelado e dormir. Acordaram no dia seguinte, às 6h, e largaram. "Estava tudo bem. Ultrapassei dois carros".

A felicidade durou pouco e o carro voltou a quebrar. "Largamos o carro e fomos embora de carona com umas pessoas que nem sei quem são. Paramos num motel e dormimos. Deus me livre, essa prova é difícil demais", acrescentou Jair. Por causa da seqüência de problemas mecânicos, a equipe ficou três etapas sem completar a prova. Ontem, voltou a  largar. E a quebrar.

A dupla Elsinho Cascão e Geraldo Malvar disputa o Rally dos Sertões pela sexta vez. Assim como Jaier e Eduardo, eles voltaram para a competição ontem, depois de três dias. Os dois também tiveram muitos problemas. Passaram a segunda-feira tentando consertar a caminhonete S10 e arriscaram nova largada, sem sucesso.

O melhor entre os brasilienses é o trio formado por Ricardo Rasc, Liliane Santos e Josué Paniago. Mesmo depois de problemas mecânicos e dias perdidos em trilhas,  conseguiram ficar em quarto lugar na classificação geral, entre 14 competidores. Na segunda-feira, o caminhão quebrou a ventoinha ao atravessar um rio e o radiador ficou estragado. Os três chegaram a Barra com a ajuda de um trator, que fez o serviço de guincho. Isso porque o caminhão de resgate também atolou. Os mecânicos passaram a noite tentando acertar o veículo e, ontem, ele estava na estrada.

Na disputa pelo título dos Sertões, entre os carros, a terça-feira  foi dia da dupla Palmeirinha e Luiz Palú, mas, na classificação geral, a liderança é de João Antônio Franciosi e Rafael Capoani.

Nas categoria motos, Juca Bala conquistou sua primeira vitória nesta edição. Ainda assim, o francês Cyril Despres continua na liderança.

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