A companhia aérea TAM, medications que cuida da manutenção do avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, look proibiu que a aeronave voe com um só reverso de turbina por “razões de segurança”, afirmaram hoje fontes militares.
O general Juniti Saito, comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), admitiu hoje perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da crise aérea que a TAM tomou a decisão por “razões de segurança”.
A revelação de Saito suscitou imediatamente uma polêmica entre congressistas, que questionam por que a companhia aérea proibiu o procedimento no avião presidencial, mas o autorizou em seus vôos comerciais, como aconteceu com a aeronave que sofreu o acidente do dia 17 de julho.
Esse dia um avião da companhia aérea com 187 pessoas a bordo derrapou na pista principal do aeroporto de Congonhas e bateu contra um depósito de cargas da mesma companhia.
O chamado “Aerolula” não pode mais voar com apenas um reverso de turbina, segundo uma ordem do Grupo de Transporte Especial da FAB, que atendeu uma orientação da companhia aérea TAM.
O reverso, que nem todas as aeronaves possuem, ajuda os aviões a frear o funcionamento das turbinas, para permitir um menor desgaste no sistema de freios.
Dois dias depois do acidente, a TAM admitiu a falha, mas alegou que o avião podia voar só com o outro reverso, de acordo com o manual do fabricante europeu e por autorização da reguladora estatal Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).
O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, tinha declarado no dia 2 de agosto à mesma CPI que a falha no reverso não foi a causa do acidente e que ainda com pista molhada, como estava o dia do acidente, qualquer avião pode aterrissar com apenas um só reverso.
A deputada de oposição Luciana Genro (PSOL-RS), disse que a informação do comandante “foi a revelação mais grave que houve”.
“A Aeronáutica (Força Aérea) sabe que voar com o reverso travado oferece risco e deveria proibi-lo então em todos os vôos”, sustentou.
Para o presidente interino da CPI, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “isso reforça a tese de que a TAM e a Airbus devem revisar essa recomendação de poder voar com o reverso travado”.
“Se o avião do presidente não pode voar com o reverso travado, o fabricante deve adotar o mesmo procedimento para as outras aeronaves. Em caso de segurança de vôo, é preciso evitar os acidentes. Esse procedimento deveria ser adotado para todas as aeronaves”, assinalou.
Por seu lado, o opositor Gustavo Fruet (PSDB-PR), que perdeu no acidente o também deputado Julio Redecker, disse: “Acho que a regra tem que ser igual para todos”.